Hoje, 19 de abril é o Dia do Índio e por aqui, poucos querem comemorar em função de um processo do Ministério Público Federal, que quer a demarcação de terras indígenas na costa oeste do Paraná.

Sendo assim, há um verdadeiro alvoroço entre agricultores desta mesma região.

Todos nós aprendemos de forma até lúdica na escola, a admirar o índio, a entender que eles é que estavam aqui quando os portugueses descobriram o Brasil, mas quando apareceram problemas envolvendo eles aqui na região, o conceito de muitos se esvaiu. Dá impressão nítida que índio é bonito em livros de história e longe. Essa me parece, ser a realidade atual.

Mas, na busca de uma solução pacífica ante ao risco de conflitos, representantes de vários segmentos da sociedade, incluindo dos próprios indígenas, Santa Helena tem sido palco de encontros que até agora pouco promoveram verdadeiros avanços na questão, sem definições específicas.

Foram feitas reuniões das quais surgiram algumas ideias e na prática, um levantamento do número de indivíduos que habitam as reservas de Itaipu.

Há de se chegar a um denominador comum, que garanta a terra aos que produzem há séculos, que são os agricultores e que se dê espaço suficiente para que os povos indígenas possam viver do seu modo, com sua cultura.

Este espaço não é nas terras cultivadas há tanto tempo, transformadas altamente produtivas por colonos que desbravaram a região e garantem boa parte dos percentuais de alimentos fornecidos para o país, seja pela agricultura ou pecuária.

Os índios são vítimas das próprias entidades que deveriam cuidar deles, que, ao invés disso, os transformam em massa de manobra para contendas como estas que acontecem na região.

Fonte: Elder Boff