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Eleições 2018: Como a disputa presidencial está afetando a saúde mental d os brasileiros

  • 26/10/2018
  • Foto(s): noticias.r7
Eleições 2018: Como a disputa presidencial está afetando a saúde mental d os brasileiros

Angústia, medo, tristeza, raiva, insegurança... esses são alguns dos sentimentos que têm atormentado muitos brasileiros nos últimos meses, motivados pelas eleições. Marcada por agressões e ofensas, a disputa presidencial, principalmente no segundo turno, tem ampliado e até estimulado o confronto entre as pessoas.

Situação semelhante aconteceu nos Estados Unidos em 2016, quando Hillary Clinton e Donald Trump brigavam pela Casa Branca. Naquela época, a Associação Americana de Psicologia (APA, na sigla em inglês) tratou da questão na pesquisa Estresse na América, que realiza anualmente desde 2007.

Pelos dados do estudo, três meses antes da votação, mais da metade (52%) dos americanos acima de 18 anos relataram que a eleição presidencial era uma fonte significativa de estresse. Alguns meses depois, em um levantamento complementar, 57% disseram que o clima político da época continuava sendo fonte de estresse e 66% descreveram o mesmo sobre o futuro do país.

"Quando as pessoas não têm recursos financeiros, emocionais e psicológicos para lidar com os fatores estressantes, elas correm o risco de ficar sobrecarregadas, sentirem-se irritadas, apresentar problemas para dormir e se concentrar, além de dificuldade para se relacionar com os outros", diz Lynn Bufka, diretor-executivo associado de Pesquisa e Política Prática da APA.

Segundo ele, não é possível dizer explicitamente que a política leva os indivíduos a vivenciarem estresse ou outras questões relacionadas à saúde mental. No entanto, os sentimentos de incerteza sobre os resultados eleitorais, a exposição contínua ao noticiário e às redes sociais, a divisão entre os grupos com opiniões contrárias, a presunção de que ações negativas ocorrerão com um resultado ou outro, prevendo possibilidades que nem sempre serão confirmadas, podem, sim, ser estressantes.

"Embora não tenhamos dados sobre outros países, entendemos que os brasileiros estão enfrentando eleições controversas e, da mesma forma, podem se sentir mal em relação ao resultado das urnas e ao futuro", comenta Bufka.

Aqui, por enquanto, nenhum estudo mais profundo sobre o tema foi realizado. Porém, em uma de suas pesquisas eleitorais feitas em outubro, o Datafolha incluiu uma pergunta sobre os sentimentos dos eleitores: Quando pensa no Brasil de hoje, você sente...?.

O levantamento mostrou que 88% dos participantes se sentem inseguros; 79%, tristes; 78%, desanimados; 68%, com raiva; 62% manifestaram medo do futuro e 59%, mais medo que esperança.

Eleição no divã

A polarização provocada pelas eleições, resultando em brigas entre familiares, amigos e até desconhecidos, e a insegurança no trabalho, por conta das posições políticas dos chefes, têm levado muita gente para os consultórios e se tornado o ponto central das conversas com médicos e terapeutas.

De acordo com o psiquiatra paulista Luiz Scocca, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da APA, cerca de 80% dos pacientes que entram na sua sala falam sobre política.

"Nos meus 25 anos de atendimento nunca vi algo parecido, nem em momentos de grande comoção, como Copa do Mundo ou morte de algum ídolo nacional. É um cenário sem precedentes, mas que realmente lembra muito o dos Estados Unidos em 2016. As pessoas têm chegado aqui bem ansiosas, e isso tem a ver o com medo do desconhecido. Ninguém sabe o que vai acontecer, independentemente de quem seja eleito, e é justamente o que tem gerado temor e insegurança", comenta.

No dia a dia do especialista, são os jovens quem mais chamam sua atenção. "Eles estão tensos, inconformados e até frustrados. Os mais novos, em geral, têm dificuldade de lidar com frustrações. Não à toa, os diagnósticos de depressão têm aumentado em cerca de 30% na faixa de 17 a 25 anos", complementa.

O psiquiatra destaca ainda que este é o grupo etário que está mais exposto às redes sociais e aos aplicativos de conversa, locais onde imperam as informações negativas, os discursos de ódio e as fake news.

Fonte: noticias.r7

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