Um desentendimento durante uma festa em uma casa da Rua Gávea, no Bairro Morumbi, em Foz do Iguaçu, na noite de quinta-feira (11), acabou na detenção do vereador João Miranda (PSD), por tráfico de influência e perturbação de sossego. A confusão começou quando a Polícia Militar foi acionada por moradores da rua que reclamavam de música alta.

De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado na delegacia da Polícia Civil, os policiais foram ao local e conversaram com a esposa do proprietário da residência sobre a reclamações dos vizinhos. A mulher se prontificou a baixar o volume do som e entrou na casa para buscas documentos. Neste momento o Miranda saiu e começou a questionar a ação das autoridades, se identificando como vereador.

Segundo os policiais, Miranda disse que ligaria para o comando da Polícia Militar para resolver a situação, em uma tentativa de intimidação. A equipe solicitou que a coordenação de policiamento de unidade (CPU) fosse ao local.

O aspirante da PM, Battesini se inteirou do que havia acontecido e deu voz de prisão ao vereador pelo crime de tráfico de influência. “solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função”.

Os policiais pediram para que João Miranda entrasse na viatura para ser conduzido até a delegacia, mas se negou. Os policiais insistiram que ele fosse por conta própria, evitando o uso da força. Ele se negou e os policias iniciaram o que chamam de “manobra de contenção”. Nesse momento a filha do vereador começou a agredir as autoridades.

O vereador foi algemado e colocado no banco de trás da viatura policial. A filha foi detida e levada para o cartório para assinatura de uma termo circunstanciado. Miranda foi ouvido na delegacia, pagou fiança e foi liberado.

Na manhã desta quinta-feira (12) João Miranda compareceu a sessão da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu. Escute a entrevista com o vereador. (Ouça o áudio abaixo)

Boletim de Ocorrência registrado na 6º SDP

"JOÃO GONÇALVES DE MIRANDA / ESTADO DO PARANA
DESCRIÇÃO SUMÁRIA: EM ATENDIMENTO À OCORRÊNCIA DE CÓDIGO ---------------, RECEBIDA PELA CENTRAL DE OPERAÇÕES DA POLÍCIA MILITAR À 00:17, A EQUIPE SE DESLOCOU AO REFERIDO ENDEREÇO, ONDE DE ACORDO COM O SOLICITANTE ANÔNIMO, HAVIA UMA CONFRATERNIZAÇÃO QUE ESTARIA PERTURBANDO A VIZINHANÇA POR CONTA DO SOM ALTO. NO LOCAL, A EQUIPE FEZ CONTATO COM A ESPOSA DO PROPRIETÁRIO, SRA. ISABEL, A QUAL ATENDEU A EQUIPE E SE PRONTIFICOU A ABAIXAR O SOM. NO MOMENTO EM QUE A SRA. ISABEL ADENTROU A RESIDENCIA, PARA PEGAR UM DOCUMENTO, QUE SERIA UTILIZADO NOS REGISTROS POLICIAIS, SAIU DA RESIDENCIA O SR. JOÃO GONÇALVES DE MIRANDA, O QUAL SE IDENTIFICOU COMO VEREADOR E COMEÇOU A QUESTIONAR A AÇÃO DA EQUIPE POLICIAL. SALIENTANDO QUE ERA VEREADOR E QUE LIGARIA PARA O COMANDANTE DA UNIDADE PARA RESOLVER A SITUAÇÃO, NA TENTATIVA DE INTIMIDAR A EQUIPE POLICIAL POR CONTA DE SUA INFLUÊNCIA SOCIAL COMO POLÍTICO LOCAL. A EQUIPE SOLICITOU A PRESENÇA DO CPU, ASP BATTESINI, O QUAL ESTEVE NO LOCAL E APÓS SE ITERAR DOS FATOS, INICIOU DIALOGO COM O VEREADOR, O QUAL NOVAMENTE DISSE QUE LIGARIA PARA O COMANDANTE DO BATALHÃO, NO MOMENTO EM QUE FOI SOLICITADO APOIO POR PARTE DO COORDENADOR DO POLICIAMENTO. FOI ENTÃO DADO VOZ DE PRISÃO AO REFERIDO PELO CRIME DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIAS E SOLICITADO QUE ENTRASSE NA VIATURA POLICIAL PARA CONDUÇÃO PARA A DELEGACIA. O REFERIDO SE NEGOU A ENTRAR NA VIATURA POLICIAL POR DIVERSAS VEZES, SENDO SOLICITADO POR DIVERSOS OUTROS MOMENTOS QUE ENTRASSE NA VIATURA, SEM SER NECESSÁRIO USO DE FORÇA. O REFERIDO SE NEGOU POR TODAS AS VEZES A ENTRAR DENTRO DO VEÍCULO OFICIAL, ATÉ QUE A EQUIPE INICIOU CONTROLE DE CONTATO COM O REFERIDO PARA QUE ESTE FOSSE CONDUZIDO. NO MOMENTO EM QUE A EQUIPE INICIOU AS MANOBRAS PARA CONTENÇÃO DO INDIVÍDUO, HOUVE INFLAMAÇÃO POR PARTE DOS POPULARES QUE SE ENCONTRAVAM NO LOCAL, HAVENDO INCLUSIVE POR PARTE DA FILHA DO SUSPEITO, AGRESSÕES DIRECIONADAS AO CPU, ASP BATTESINI, NO MOMENTO EM QUE ESTE EFETUAVA AS MANOBRAS DE CONTENÇÃO, VINDO A FILHA DO VEREADOR, SRA. GABRIELA, A AGREDIR O POLICIAL COM SOCOS EM SEU PEITO E FACE. LOGO APÓS AS AGRESSÕES ESTA ADENTROU À RESIDENCIA ONDE ACONTECIA A CONFRATERNIZAÇÃO. A EQUIPE POLICIAL ENTÃO ENTROU NO LOCAL E SOLICITOU QUE A REFERIDA SAÍSSE PARA QUE TAMBÉM FOSSE CONDUZIDA PARA A DELEGACIA DE POLÍCIA, HOUVE NOVAMENTE INFLAMAÇÃO DOS POPULARES, OS QUAIS GRITAVAM CONTRA A EQUIPE POLICIAL E EXIGIAM MANDADO JUDICIAL PARA QUE A EQUIPE POLICIAL ENTRASSE NO LOCAL, A EQUIPE EXPLICOU O MOTIVO DA ENTRADA AOS INDIVÍDUOS E SOLICITOU QUE A MÃE DE GABRIELA A CHAMASSE. DESTA FORMA, A SRA. GABRIELA FOI LEVADA PARA A VIATURA POLICIAL E ENCAMINHADA AO CARTÓRIO PARA LAVRATURA DE TERMO CIRCUNSTANCIADO.

DURANTE OS REGISTROS POLICIAIS COMPARECEU O ADVOGADO DR. WILSON LUIS ISCUISSATI, OAB-PR 20116, O QUAL ACOMPANHOU A SITUAÇÃO E RECEBEU UMA CÓPIA DO BOLETIM DE OCORRÊNCIA.

NO MOMENTO DE SUA PRISÃO O VEREADOR SOLICITOU QUE FOSSEM RETIRADAS AS ALGEMAS, ARGUMENTANDO QUE IRIA ENTRAR NA VIATURA DE FORMA ESPONTÂNEA, A EQUIPE ENTÃO RETIROU AS ALGEMAS E O CONDUZIU O SR. JOÃO MIRANDA NO BANCO DE TRÁS DA VIATURA.

PARA VIABILIZAR A LAVRATURA DE TERMO CIRCUNSTANCIADO PELO CARTÓRIO PM, FOI LAVRADO O B.O.U Nº 2019/1442424, O QUAL NARRA AS AGRESSÕES SOFRIDAS PELA EQUIPE POLICIAL."

Fonte: Rádio Cultura Foz