Ouça ao vivo
Rádio Costa Oeste 106,5 FM

106,5 FM

Rádio Costa Oeste

Rádio Independência 92,7 FM

92,7 FM

Rádio Independência

Rádio Cultura 820 AM

820 AM

Rádio Cultura

Rádio Terra das Águas 93,3 FM

93,3 FM

Rádio Terra das Águas

Rádio Guaíra 89,7 FM

89,7 FM

Rádio Guaíra

'O ano letivo a gente recupera, as vidas não', critica APP-Sindicato sobre volta às aulas em setembro

Nesta quinta-feira (30), a Secretaria Estadual da Saúde confirmou 2.540 novos casos e 47 mortes pela Covid-19

A possível volta às aulas em setembro foi duramente criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato). Em entrevista à Banda B nesta sexta-feira (31), a secretária de finanças da entidade, Walkiria Olegário Mazeto, afirmou que não se pode anunciar retorno às escolas no mesmo dia em que o estado voltou a bater recorde de novas confirmações. Nesta quinta-feira (30), a Secretaria Estadual da Saúde confirmou 2.540 novos casos e 47 mortes pela infecção causada pelo novo coronavírus.

Para Walkiria, é preciso responsabilidade em um momento como esse. “A forma das aulas não presenciais, não é a melhor de fazer educação, mas neste momento de pandemia é necessário preservar vidas. O ano letivo você recupera, o aprendizado pode acontecer no mês seguinte, no ano seguinte, mas as vidas não se recuperam. A gente precisa ter responsabilidade sobre a vida dos estudantes, dos trabalhadores e o retorno das aulas acontecer apenas com a pandemia controlada”, disse.

No protocolo, que foi divulgado na noite de quinta-feira (30), o Governo do Estado não define datas, mas trabalha-se com a volta no início ou fim de setembro, tudo a depender da curva de casos da Covid-19. Entre os pontos do protocolo está o horário intercalado de recreio, para evitar aglomerações; o modelo híbrido entre aulas à distância e presenciais, para manter o distanciamento social; uma volta gradual por idade; e a compra de todos os insumos necessários para a proteção individual.

Segundo a APP-Sindicato, porém, esse protocolo partiu de uma decisão unilateral do Governo do Estado e que não foi apresentado em momento algum a pais e trabalhadores. “Tivemos uma reunião do comitê que deveria debater o retorno às aulas durante a tarde e a Seed não fez nenhuma previsão de quando planejava o retorno. A notícia chegou até nós pela imprensa e nossa crítica se dá com o fato de que não conhecemos o documento na íntegra do protocolo. Então não assinamos, porque seria uma irresponsabilidade da nossa parte”, explicou.

Para a entidade, a decisão vai na contramão do que está sendo feito em outros países, que é a discussão de volta às aulas apenas com o controle da pandemia.

Pressão empresarial

Para a APP-Sindicato, uma pressão empresarial tem pesado de forma muito forte nas decisões da Secretaria da Educação. “O maior argumento trazido por eles é o prejuízo financeiro que as escolas estão tendo, que as escolas de menor porte estão fechando e as de maior parte estão perdendo alunos. Nós estivemos em uma reunião com eles e colocamos que o lucro não deveria ser a motivação para retornar as aulas presenciais, porque eles podem ter outro prejuízo, que é o das vidas. Em outros estados, os trabalhadores da educação privada já se posicionaram contrários a essa volta às aulas, mas os donos de escola têm mantido a pressão sobre o governo e isso pode ter interferido na decisão da Secretaria da Educação”, afirmou Walkiria Mazeto.

Segundo Ministério Público do Paraná (MP-PR), pelo menos 30 mil alunos da rede particular de ensino do Paraná pediram a transferência de seus filhos para a rede estadual desde o início da pandemia.

Medo

Por fim, Walkiria confirmou que a notícia foi recebida com medo por parte de professores e funcionários de escolas. “Nós estamos recebendo apelos de toda a comunidade escolar com medo, medo de que voltem as aulas e os casos piorem. Muitos estão há todos esses meses em isolamento social e pedimos que a posição seja revista para quando houver segurança sanitária e epidemiológica”, concluiu.

Segundo a APP-Sindicato, a volta às aulas pode representar 2,5 milhões de pessoas a mais nas ruas do Paraná.

Fonte: Banda B