O município de Cornélio Procópio está prestes a receber seu terceiro prefeito em menos de 90 dias. Desde o início do processo investigativo que culminou com a cassação de Fred Alves (PDT), em setembro, e a renúncia de sua vice, Aurora Fumie Doi (PDT), na última quinta-feira (9), a cidade passa por grande turbulência política.
A sucessora legal de Aurora, a presidente da Câmara Angélia Olchaneski (PSDB), já expressou não querer assumir a Prefeitura, e tudo leva a crer que os vereadores elejam um novo chefe legislativo para assumir a Prefeitura. "O município está acéfalo. A expectativa é que Angélica renuncie à presidência da Câmara para que o novo presidente assuma o Executivo com urgência", afirmou o vice-presidente do Legislativo municipal, Fernando Peppes (PMDB).
A Câmara reuniu-se na noite desta terça-feira (13) para discutir essa possibilidade. No entanto, a pauta principal é a votação de um projeto para aumentar o salário dos vereadores. A primeira votação foi na manhã de segunda-feira.
Os vereadores cotados para assumir a Prefeitura eram Vanildo Sotero (PP) ou Rafael Haddad (Rede). "Mas não existem certezas, pode acontecer de nenhum vereador se candidatar", adiantou Peppes.
Se o impasse político não for solucionado até esta quarta-feira (14), o chefe de Gabinete da Prefeitura, John Lennon Alves Cardoso, afirmou que será proposta uma Ação Civil Pública para que Angélica seja nomeada para a Prefeitura. "Sabemos que são poucos dias até o fim do mandato, mas a falta de comando pode trazer prejuízos à população, pois ainda há contratos a serem definidos, como merenda e transporte escolar, e a prestação de contas final a ser assinada, entre outros", explicou.
Outra alternativa, não havendo vereadores interessados, seria o diretor do Fórum de Cornélio Procópio, Guilherme Formagio Kikuchi, assumir a Prefeitura até o dia 31 de dezembro.
A reportagem tentou contato diversas vezes com Angélica, mas ela não quis conceder entrevista. Nesta terça (13), ela recebeu uma recomendação administrativa do Ministério Público orientando-a a se posicionar, em 48 horas, sobre sua decisão com relação ao município.
A presidente da Câmara será a próxima vice-prefeita, quando Amin Hannouche (PSDB) assumir a Prefeitura de Cornélio Procópio em 1º de janeiro. Segundo Hannouche, o receio de Angélica em tomar posse neste momento está no fato dela ter de assinar documentos se responsabilizando por patrimônios e prestações de conta do Município que não teve condições de acompanhar, em função das dificuldades de implantação da equipe de transição.
E na sessão da Casa desta terça-feira terá a segunda votação do Projeto de Lei que aumenta o salário de secretários municipais e do vice-prefeito. Pela nova proposta, a partir de 2017, o subsídio dos secretários passaria de R$ 4,5 mil para R$ 7,5 mil, enquanto que o vice-prefeito passaria de R$ 6 mil para R$ 10.800,00.
Fonte: Bonde