O próximo presidente ainda não foi informado oficialmente, mas o Inter provavelmente não pagará o 13º salário de funcionários e atletas em dia. Se o fizer, terá que recorrer a empréstimos bancários e seus juros escorchantes. Tal informação resume a situação financeira que Marcelo Medeiros, que assume em 2 de janeiro, herdará de Vitorio Piffero.
???Não temos os dados completos ainda, mas os conselheiros foram informados que o clube fecharia o ano no 0 a 0. Essa é a nossa expectativa???, enfatizou o 1º vice-presidente eleito João Patrício Hermann. A sua esperança, porém, deve ser frustrada. Mesmo recebendo R$ 60 milhões em luvas da Globo e do Esporte Interativo ??? R$ 47 milhões da primeira e R$ 13 milhões da segunda ??? pelos contratos de TV fechada de 2019 a 2024, o Inter manteve um déficit estrutural de aproximadamente R$ 5 milhões por mês.
???A situação é absolutamente normal. Há compromissos a serem cumpridos, como sempre houve. Administrar um clube do tamanho do Inter é uma tarefa desafiadora, mas a situação que deixaremos não é melhor nem pior do a que recebemos há dois anos. Eu diria que deve ser igual???, observa o diretor de controladoria e transparência, Sandro Farias.
Ou seja, além de levar o Inter à segunda divisão dentro do campo, fora dele, a gestão de Vitorio Piffero, no mínimo, foi igual a dos seus antecessores. Deixará dívidas, obrigações para pagar e um déficit estrutural perigoso, que existe há pelos menos 30 anos e só é amortizado com a venda de jovens atletas. ???Aquela história de vender um jogador por ano continua, mas parece que a necessidade aumentou um pouco ultimamente???, finaliza João Patrício Hermann.
Fonte: Correio do Povo