A Itaipu Binacional é a primeira hidrelétrica do mundo a gerar, em menos de um ano, 100 milhões de megawatts-hora (MWh). A marca foi alcançada nesta terça-feira (20), às 23h16 (Horário Brasileiro de Verão), 11 dias antes de fechar 2016. O volume de energia gerada de janeiro até agora é 33% superior ao previsto no Tratado de Itaipu, que estabeleceu como produção garantida 75 milhões de MWh anuais.
A meta inédita de 100 milhões de MWh foi colocada como um desafio no final de 2012, ano em que Itaipu chegou a 98.287.128 de MWh. Quatro anos depois, a meta não só foi alcançada como poderá ser superada em mais de 2,5 milhões de MWh até fechar o ano, levando-se em conta a média de produção diária registrada em dezembro.
Os 100 milhões de MWh produzidos até esta terça-feira pela usina de Itaipu seriam suficientes para atender o mercado brasileiro de eletricidade por um período de dois meses e 16 dias; o Paraguai, por sua vez, se pudesse armazenar toda essa energia, poderia abastecer seu mercado durante sete anos e 17 dias.
Desde janeiro a Itaipu vem batendo sucessivos recordes. No sábado (17), voltou a ser a maior produtora anual de energia elétrica do mundo, superando a usina chinesa de Três Gargantas, que produziu, em 2014, 98,8 milhões de MWh. Este título de Itaipu se soma ao de maior usina em produção acumulada, com mais de 2,4 bilhões de MWh desde que entrou em operação, em 1984.
No auge
Depois de 32 anos e sete meses de sua entrada em operação, Itaipu vive atualmente o auge da produção e produtividade, com o máximo de aproveitamento dos recursos hídricos. Este ano, a produção de Itaipu foi suficiente para atender nada menos que 18% de todo o mercado brasileiro de eletricidade e 82% do mercado paraguaio.
"O aumento de geração de Itaipu - e também da maioria das hidrelétricas brasileiras, beneficiadas pela regularização das chuvas no País, este ano - contribui para diminuir os gastos do consumidor brasileiro com a eletricidade", diz o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. Segundo ele, "esse é um dos principais impactos positivos gerados pelo crescimento da hidroeletricidade este ano no País. Itaipu tem uma grande participação no impulso dessa matriz".
De abril até outubro, o sistema de bandeiras tarifárias adotado nas contas de luz pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) passou para a cor verde, o que na prática significa que deixaram de ser cobradas as taxas extras previstas nas bandeiras amarela e vermelha. Agora, em dezembro, o governo voltou a sinalizar que a bandeira verde vai vigorar durante todo o verão.
Participação de Itaipu
A produção das usinas hidrelétricas, entre janeiro e novembro de 2016, foi 7,3% superior à do mesmo período do ano passado, segundo o Operador Nacional do Sistema. Itaipu participa com 22% de toda a energia hidrelétrica do Sistema Interligado Nacional (o índice é de 18% quando são consideradas também as outras matrizes elétricas - biomassa, eólica, fóssil, hídrica, nuclear e solar).
Só nos primeiros 11 meses do ano, Itaipu produziu 94,2 milhões de MWh e despachou ao Brasil 83,4 milhões de MWh (a diferença foi a energia enviada para o Paraguai). O aumento da produção em relação ao mesmo período do ano passado foi de 15%.
Potência do Brasil
O parque gerador de eletricidade, no Brasil, dispõe de 4.620 empreendimentos em operação, incluindo todas as fontes, renováveis ou não. Juntos, eles somam a potência instalada de 149.730 MW. Só o lado brasileiro de Itaipu (metade da usina pertence ao Paraguai), de 7 mil MW de potência instalada, representa quase 5% de todo o parque gerador brasileiro.
Mais da metade da potência instalada do parque gerador brasileiro - ou, mais precisamente, 61% - vem das usinas hidrelétricas, as UHEs. A maior parte da energia consumida pelo País ainda é garantida por elas. Somada, a potência instalada das 218 hidrelétricas brasileiras - entre elas, a Itaipu - chega a 91.459 MW. Os 7 mil MW das unidades geradoras do lado brasileiro da binacional correspondem a 7,6% do total da potência instalada deste grupo.
Diplomacia
No dia 17 de maio de 1974 era constituída a empresa binacional Itaipu, para gerenciar a obra e, futuramente, administrar o empreendimento hidrelétrico. Começaria ali a saga da construção de um megaempreendimento, que mobilizou milhares de pessoas e bilhões de dólares e transformou parte do Oeste paranaense e todo o Paraguai. Resultado de intensas negociações diplomáticas, Itaipu é também uma grande obra de engenharia política, financeira e jurídica, mesmo antes de os projetos começarem a sair do papel.
Fonte: Assessoria