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Chuva atrasa início da colheita no Paraná

  • 19/01/2016
  • Foto(s): Ruderson Ricardo
Chuva atrasa início da colheita no Paraná
O clima excessivamente úmido que atravancou o plantio da safra 2015/16 continua incomodando os produtores paranaenses na fase de colheita. Embora os trabalhos tenham iniciado oficialmente na virada do ano, as máquinas ainda avançam em ritmo lento devido à alta umidade, principalmente nas regiões Oeste e Centro-Oeste do estado.

De acordo com relatório do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a grande quantidade de chuva tem deixa do os grãos com um teor de umidade de 26%, bem acima do nível considerado aceitável pela indústria (de 12% a 13%). 

A permanência da produção nas lavouras além do previsto também tem gerado outros contratempos, como o aumento da incidência de doenças e o atraso no plantio da safrinha de milho.

Clima reduz mais a aposta na safrinha de milho

No município de Quinta do Sol, próximo a Campo Mourão (Centro-Oeste), o produtor João Mathias dessecou a área de 120 hectares de oleaginosa na expectativa de colher. Podem, as chuvas ininterruptas impediram o a entrada na lavoura.

???Pretendia antecipar a colheita para entrar com milho safrinha, mas o solo estava encharcado e não tinha condições de colocar o maquinário na lavoura. Precisa parar de chover, pois não dá mais para esperar. Corro o risco de perder uma parte da safra???, diz Mathias, que espera colher média de 62,5 sacas por hectare. ???Se não fossem as chuvas a média poderia ser maior???, aponta.

Doenças

Além dos inconvenientes com a colheita, as chuvas têm dificultado os tratos culturais e aumentado a incidência de doenças como a ferrugem asiática. Para evitar a proliferação, os produtores reforçam a aplicações. Moises Cândido aproveitou os poucos períodos com sol para aplicar fungicida nos 190 hectares que mantém em Peabiru, no Centro-Oeste do estado.

???Há 40 anos não chovia tanto, foi um aguaceiro nunca antes visto???, diz . Segundo Cândido, nos meses de novembro e dezembro choveu mais de 1 mil milímetros em sua propriedade.

Apesar do excesso de chuva e da dificuldade para combater as doenças, Cândido ainda não cogita perdas nas lavouras. A estimativa segue em 62 sacas de soja por hectare. ???Infelizmente não tinha como entrar com a aplicação de fungicida antes por causa da chuvarada. Mesmo assim, não estou esperando perdas.???

Se o clima colaborar, ele deve dar início à colheita da soja em 10 dias para, em seguida, plantar o milho safrinha em 25 hectares. ???Apesar do preço do cereal ter se recuperado nos últimos tempos, no restante da propriedade vou colocar trigo e aveia.???

Fonte: Gazeta do Povo

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