Não há produtor rural que sobreviva ao agronegócio moderno sem a aquisição de equipamentos agrícolas. Para os pequenos agricultores paranaenses, adquirir um trator ou qualquer outro maquinário significa uma transformação econômica e social da família que depende exclusivamente do campo.
Ciente dessa importância para o Estado, o programa Trator Solidário ganhou um reforço de R$ 140 milhões para financiar cerca de dois mil tratores, colhedoras e pulverizadores agrícolas até o ano safra 2017/18. Os recursos serão viabilizados devido à renovação de convênio assinado neste mês entre a Secretaria de Estado da Agricultura (Seab) e o Banco do Brasil, financiando a compra com descontos de 12% a 15% em comparação aos valores de mercado.
Entre 2006 - quando o programa iniciou - até 2015, foram financiados por meio da instituição financeira quase nove mil tratores com potência de 55 a 75 cavalos, atingindo R$ 481,9 milhões em transações. Quando somados os equipamentos financiados diretamente pelo Fomento Paraná, através do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) em parceria com o Sicredi e Cresol, o número atinge 9.536 unidades e valor total de R$ 538,1 milhões. De 2011 a 2015, foram adquiridos 3.548 tratores por agricultores familiares, numa média de 709 máquinas por ano. O valor no financiamento nesse período atingiu R$ 221,8 milhões.
O balanço de uma década de atividade do programa também aponta a aquisição de outros equipamentos a partir de 2014,quando foram introduzidos novos itens para financiamento. Foram financiadas 24 colhedoras, no valor total de R$ 6,9 milhões, e 52 pulverizadores, no valor de R$ 894 mil.
REQUISITOS
O gerente regional do Instituto Emater em Londrina, Sérgio Luiz Carneiro, salienta que os extensionistas rurais da entidade são procurados sistematicamente pelos produtores interessados em adquirir tratores e outros equipamentos através do Trator Solidário. Vale dizer que eles devem estar enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e atender diversos requisitos, como possuir área inferior a quadro módulos fiscais, residir na propriedade ou local próximo a ela e obter no mínimo 70% da renda familiar da exploração agropecuária e não agropecuária do estabelecimento. "Ano a ano montamos diversos projetos para que eles possam adquirir novos equipamentos ou renovar a frota. O impacto econômico na propriedade é enorme e por isso o programa se mostra tão importante".
Carneiro salienta ainda que este é o tipo de ação que o governo estadual "acertou na mosca" e, que, de fato, faz a diferença para o homem do campo. "Os técnicos do Instituto Emater auxiliam na elaboração dos projetos dos produtores. Enquanto houver recursos, eu acredito que a procura continuará constante tanto em Londrina como em outras regiões do Estado".
Convênio
Aliás, além da liberação dos recursos, também foi firmado um convênio entre o Banco do Brasil e Emater para execução de prestação de serviços de assistência técnica e crédito rural. O convênio prevê habilitar, já no ano que vem, cerca de 800 técnicos para atendimento especializado de assistência técnica e acompanhamento técnico com o produtor. A ação prevê ainda divulgação de linhas de crédito rural para custeio e investimento, qualificação e aplicação dos recursos através de projetos técnicos e de assistência técnica e extensão rural (Ater) e a elaboração de laudos de acompanhamentos e supervisão dos empreendimentos financiados.
Fonte: Agrolink / Folha Web