Contra um adversário fechado, o Grêmio dependeu da surpreendente presença de Ramiro dentro da área para derrotar o Passo Fundo, por 1 a 0, na tarde deste domingo, na Arena. Apesar do absoluto predomínio, o time foi pouco criativo e teve uma atuação apenas regular. Agora, com o adiamento da partida pela Primeira Liga, Renato terá uma semana inteira para encontrar um modelo tático sem Douglas. O próximo adversário será o São José, domingo.
Foi a primeira experiência do time sem o camisa 10, que para por seis meses por lesão nos ligamentos do joelho esquerdo, foi compensada com um rodízio de jogadores no setor de criação. Uma tentativa de escapar da rigorosa marcação do Passo Fundo, com cinco marcadores na intermediária e três zagueiros dentro da área para qualquer eventualidade.
Quem apareceu com mais constância no setor foi Bolaños, cumprindo a mesma função exercida na seleção equatoriana. Centralizado, investia em diagonal na direção da área, preferencialmente pela direita. Foi dele a primeira conclusão, a sete minutos, um chute em curva, com perigo.
Ramiro, o jogador de maior movimentação do time, ocupava tanto a faixa direita, como cumpria as funções de criador e mesmo último atacante. Aos nove minutos, ele fez boa tabela com Everton e bateu com força, pela esquerda. Falso nove, Luan pouco apareceu dentro da área. Também buscava espaços pelos lados do campo, como Everton.
O Passo Fundo, enquanto isso, apenas se defendia, dando ao Grêmio uma absoluta supremacia na posse de bola. O problema do time de Renato Portaluppi era romper a barreira de marcação. Os arremates se sucediam, sempre imprecisos. Aos 17 minutos, servido por Bolaños, Everton concluiu com demasiada elevação. Aos 20, novo chute de Everton, desta vez rasteiro e novamente sem direção. O Passo Fundo só arriscou aos 24, por Gênesis, também sem levar perigo.
A falta de solução ofensiva incomodava Renato, cuja insatisfação se traduzia com as caminhadas de um lado a outro, com as mãos na cintura. Parte da torcida também mostrava inquietação e até algumas vaias podiam ser ouvidas. Até que, aos 46 minutos, caiu a resistência do Passo Fundo. Foi o instante em que Everton fez levantamento da esquerda e Ramiro, em lance acrobático, concluiu de calcanhar, com a bola desviando em Xaro antes de entrar.
Em desvantagem, o Passo Fundo viu-se obrigado a uma ousadia maior no segundo tempo. Teve uma clara oportunidade a 10 minutos, depois de um erro de uma tabela entre Jailso e Ramiro. Saldanha escapou pela direita, cruzou e Gênesis cabeceou para difícil defesa de Grohe. A partida ganhou em movimentação, despertando a torcida da sonolência. Bolaños virou de vez o protagonista. A 23 minutos, no mais belo lance do jogo, ele passou por três marcadores e deu a Fernandinho. O substituto de Everton deixou dois defensores estendidos no chão com seu drible, mas bateu muito alto.
Renato aproveitou para fazer experiências. Trocou Luan por Jael e Jailson por Maxi Rodríguez. O jogo, contudo, já havia pedido ritmo. Extenuados pelo calor, os jogadores esperavam pela parada técnica, mas não eram atendidos. E a partida se arrastou, sem emoções, até o final.
Fonte: ZH Esportes