Imagens aéreas feitas por drone na manhã deste sábado (11) e produzidas por uma empresa chamada Drone Parecis revelam o atual cenário de Campo Novo do Parecis, que sofre os impactos causados por um alagamento ainda não dimensionado em decorrência das fortes chuvas dos últimos dias.
Segundo o prefeito do município Rafael Machado (PSD), as imagens foram feitas de forma voluntária pela empresa. Mais cedo, ao , o gestor informou que cerca de mil residências foram atingidas, deixando aproximadamente três mil pessoas desabrigadas. Essas pessoas estão sendo conduzidas à escola Jardim das Palmeiras, a maior da cidade, que atende aproximadamente 1,2 mil alunos. Diante da situação, as aulas estão suspensas.
Doações de alimentos, água e roupas são recebidas no ginásio de esportes localizado na Praça da Bíblia. Rafael conta que a própria população e entidades como a Maçonaria, Rotary Clube e igrejas têm contribuído. Ele pretende formular um pedido de ajuda ao Ministério das Cidades, pois o problema de alagamento em Campo Novo do Parecis é constante.
LAVOURAS
Propriedades rurais de Campo Novo do Parecis (a 390 km de Cuiabá) também sofrem os impactos causados pelas fortes chuvas registradas nos últimos dias. Em algumas lavouras, localizadas em pontos baixos, a água acumulou neste sábado (11) chegando a atingir até 1,5 metro de altura, como foi o caso das terras pertencentes à família da presidente do Sindicato Rural do município, Giovana Velke. Apesar da preocupação, ela ressalta que são casos isolados e descarta uma quebra na economia do setor.
???Essa chuva é preocupante porque causou prejuízo muito grande na cidade. Só que na área rural também está tendo perdas porque devido à chuva continuar, tem produção que não consegue colher, outras conseguem, mas a soja está muito molhada e as empresas não recebem. Sem falar que quanto mais úmida, maior despesa para colocar nos padrões, para secar???, revela.
Neste sentido, a presidente do Sindicato Rural comenta que as estradas também foram afetadas. ???As nossas estradas de terra acabaram todas com as chuvas. Temos grandes atoleiros, tem trechos interditados???. Apesar disso, nenhuma região está isolada.
No caso da lavoura da família de Giovana, a produção de soja foi recém-colhida e a plantação de milho ainda está pequena. ???Grande parte da nossa plantação está embaixo da água. Só vou saber se vai ser possível replantar, mensurar o estrago quando baixar a água. Não conseguimos fazer um levantamento com as demais propriedades porque muitos produtores estão no campo, sem sinal. Só devemos conseguir esse contato à noite???, esclarece.
A propriedade da família da sindicalista fica na região da Sucuruína, saída de Campo Novo do Parecis para Nova Mutum. A foto em que o pai dela aparece com a água na altura da cintura foi feita por volta das 10h desse sábado (11), logo após uma forte pancada de chuva. De lá para cá, ela conta que o nível da água já começou a baixar. ???Acho que a nossa foi a mais atingida, toda a água das propriedades vizinhas desceram para cá???, comenta. Ela estima que aproximadamente 400 hectares foram atingidos.
Sandro Haubert, natural de Entre Rios do Oeste, está a mais de uma década na região de Campo Novo do Parecis onde trabalha com empresas ligadas ao agronegócio, participou do Costa Oeste Primeira Hora e relatou a situação calamitosa que se encontra o município.
Fonte: Alex Moreno/RD News