Na tarde desta sexta-feira, 22, representantes de 50 cidades do Oeste do Paraná, se reuniram no hotel Bella Italia, em Foz do Iguaçu, para pedir a revisão do pedágio dentro do estado, considerado um dos mais caros do país. Além de autoridades de outros municípios, estavam no evento o prefeito de Foz, Reni Pereira e a vice, Ivone Barofaldi, os deputados Claudia Pereira e Chico Brasileiro, vereadores, entre outras lideranças.
Na reunião, autoridades assinaram uma carta, que será enviada ao governador Beto Richa, contra a assinatura automática do contrato de concessão, que deve acontecer este ano. Eles defendem que os contratos precisam ser revisados, modificados e atualizados, antes de serem renovados. Em vigor desde 1997, os contratos atuais vencem em novembro de 2021. De acordo com o advogado Homero Marchese, responsável por auditar os contratos em 2011, as tarifas já estavam, na época, 32% mais altas do que deveriam.
"Na minha opinião, este contrato não pode ser prorrogado. Se isso acontecer, este desequilíbrio muito provavelmente vai continuar, e isso significa que a população perderá mais uma vez. Atualmente, os contratos garantem um retorno de 18 a 20% para as concessionárias. Os contratos mais modernos são de 10%. O governo quer prorrogar agora. Eles dizem que com isso será possível antecipar algumas obras. O problema é que não se sabe exatamente o que vai ser feito. Por isso, no nosso entendimento, não é possível fazer esta prorrogação", enfatizou Marchese.
Segundo o coordenador da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento, Danilo Vendrusculo, o contrato vigente não prevê a realização de nenhuma obra. Portanto, qualquer melhoria feita pelas concessionárias até 2021, terá o valor repassado ao consumidor. "Queremos levar esclarecimento para que o próximo contrato não venha a ser feito nos moldes que é hoje. Além das correções normais, as benfeitorias realizadas nas vias terão o valor adicionado às tarifas do pedágio. Com um novo contrato, temos a expectativa que se reduza a até 50%", explicou.
O alto preço, também reflete na vida do produtor rural do oeste do estado. A cada 100 sacas de soja que chegam até o Porto de Paranaguá, o agricultor perde ao menos duas para pagar os impostos. No caso do produtor de milho, este número é ainda maior. De 100 sacas, cinco se perdem no pedágio. "O transporte de grãos é feito por rodovias. Um caminhão que transporta até 26 toneladas, paga mais de 500 reais e um bitrem até 36 toneladas, paga cerca de 700 reais, ou seja, 22% do lucro se perde com pedágio. E quem arca com o prejuízo é o produtor. Nós temos que pedir para que eles façam uma revisão e prestem contas destes 18 anos", enfatizou Dilvo Grolli, presidente da Copavel.
Fonte: Click Foz