Cotas de televisão, premiação de campeonatos, dinheiro pago pelos patrocinadores, receita da venda de atletas e de direito de arena. Todas as fontes de renda do Grêmio foram penhoradas segundo decisão da Justiça para quitar uma dívida do clube tricolor com o lateral esquerdo Zé Roberto, que defende o Palmeiras desde dezembro de 2014.
Segundo apurou a reportagem, a dívida atual, com juros e multas, equivale a R$ 340.313,80.
A dívida é referente ainda a rescisão contratal de Zé Roberto com o Grêmio há três anos. Um acordo firmado em maio do ano passado definiu que seriam pagos dez parcelas de R$ 40 mil, totalizando o pagamento de R$ 400 mil.
No entanto, apenas os dois primeiros pagamentos ocorreram no prazo previsto, isto é, no dia 15 (conforme constava no acordo) dos meses de junho e julho. A terceira parcela foi paga em 17 de agosto e a quarta, em 27 de setembro do ano passado.
Como até novembro as duas parcelas seguintes não foram pagas, o estafe de Zé Roberto ingressou novamente na Justiça para fazer valer o contrato. Isto significou a aplicação de multa de 20% em cada uma das parcelas pagas com atraso e 20% de multa sobre o saldo devedor em função do atraso no pagamento das seguintes.
O valor da dívida em novembro do ano passado era de R$ 304 mil. Zé Roberto obteve vitória e com isso a Justiça determinou, em 8 de dezembro, o bloqueio de ativos financeiros do clube gaúcho, de forma que o valor fosse sendo quitado.
Como novamente o caso não foi solucionado, Zé Roberto acionou a Justiça novamente solicitando o bloqueio das rendas de jogos do clube na Arena do Grêmio. Isso ocorreu em 6 de março, já com valor da dívida atualizada para R$ 340.313,80.
Para o pagamento, foram indicados as rendas dos jogos contra o Juventude (arrecadação bruta de R$ 389.976,00), o América-MG (R$ 67.592,00) e o Deportes Iquique, do Chile, em partida pela fase de grupos da Libertadores que será em 11 de abril.
Em 23 de março, o Grêmio informou a Justiça que as rendas dos jogos citados e também qualquer outra receita obtida no estádio é gerida pela empresa Arena Porto Alegrense S.A, do grupo OAS, proprietária do estádio. Justificando com isso que "não é repassado nenhum valor ao Grêmio referente às rendas auferidas com a venda de ingressos".
Na mesma data, Zé Roberto entrou com o pedido para o bloqueio das demais rendas do Grêmio, como citado no início do texto, para o pagamento da dívida.
Fonte: ESPN