O ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, afirmou em depoimento de delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR) que repassou R$ 500 mil ao ex-senador Osmar Dias (PDT). O dinheiro era para ser usado na campanha dele ao governo estadual do Paraná, em 2010.
De acordo com Reis, a quantia foi repassada a pedido do ex-ministro e presidente do PDT Carlos Lupi. De acordo com Reis, o acerto aconteceu dentro do gabinete de Osmar Dias. Fiquei de ir mais tarde ao gabinete do Osmar Dias no Senado. Combinamos então a contribuição de R$ 500 mil. Ele me deu com certeza o telefone de alguém dele, que operacionaria, disse. Eu passei para o setor de Operações Estruturadas", afirmou o delator.
O Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht era o local usado pela empresa para operar o repasse de quantias de propina a políticos e funcionários públicos. Foi nesse lugar em que foi encontrada uma planilha com vários apelidos, que ficou conhecida como lista da Odebrecht.
Nessa lista, um dos vários apelidos que aparece é Caim. De acordo com Reis, esse nome se refere ao ex-senador paranaense. "Atribui a ele o codinome Caim, por causa da briga dele com o irmão, Álvaro. Me ocorreu a referência a Caim e Abel e nós fizemos esse pagamento de R$ 500 mil", disse.
Por telefone, Osmar Dias classificou a afirmação de Fernando Reis como mentirosa e afirmou ainda que jamais falou com o delator. Segundo o ex-senador, todo o dinheiro da campanha foi declarado pelo PDT e os recursos vieram por meio do caixa principal do diretório nacional para o estadual. Osmar ressaltou que jamais esteve com Fernando Reis e que nunca nenhum funcionário dele manteve contato com o delator ou com outra pessoa da Odebrecht.
Fonte: G1