Após um aumento de casos de gripe fora de época no ano passado, a campanha nacional de vacinação contra gripe inicia mais cedo neste ano, na próxima segunda-feira (17). A mobilização segue até 26 de maio. Ao todo, serão distribuídas 60 milhões de doses -no ano passado, eram 54 milhões. O aumento ocorre diante da ampliação do público-alvo para a vacina, que passa a incluir neste ano os professores da rede pública e privada.
Outros grupos para quem a vacina é indicada são idosos, crianças de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores de saúde, gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), indígenas, presos, adolescentes que cumprem medidas socioeducativas e funcionários do sistema prisional. Segundo o Ministério da Saúde, tratam-se de grupos com maior risco de complicações devido à gripe -daí a recomendação para que sejam vacinados. Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão, também podem ser imunizadas, desde que haja prescrição médica. A meta deste ano é vacinar 90% do público-alvo, índice maior do que nos anos anteriores, quando a meta girava em torno de 80%.
A mudança ocorre devido ao aumento na adesão à vacina nos últimos anos. Apesar da data de início da campanha nacional estar prevista para o dia 17, a vacinação já ocorre em alguns Estados, segundo o ministério. Isso porque os governos têm liberdade para iniciar a imunização assim que receberem as doses, estratégia que costuma ser realizada principalmente no Sul do país. Já o dia de mobilização nacional para a campanha, o conhecido dia D, está marcado para 13 de maio, quando postos de vacinação ficarão abertos em todo o país. Professores também terão a possibilidade de receber a vacinação nas escolas em datas específicas, 2 e 3 de maio.
A vacina ofertada no SUS protege contra três tipos de vírus da gripe, definidos a cada ano após análise da OMS (Organização Mundial de Saúde). Em geral, são variações do vírus A (H1N1), A (H3N2) e gripe B que mais circularam nos últimos meses. A proteção dura um ano. O objetivo é reduzir o número de hospitalizações e risco de mortes devido à gripe. Até o momento, dados do Ministério da Saúde apontam redução de casos de gripe neste ano em relação ao ano passado, quando houve registro de casos fora do período esperado e predominância da circulação do vírus da gripe A (H1N1). Foram registrados em 2016 ao menos 12 mil casos, com 2.220 mortes em decorrência da gripe. Já neste ano, balanço até o dia 1º de abril aponta 276 casos registrados, com 48 mortes. Para a coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Carla Domingues, os dados indicam a possibilidade de ter um menor número de casos neste ano. "Possivelmente tudo indica que tenhamos uma sazonalidade mais branda, chegando entre mil a 2.000 casos. Isso é uma possibilidade, não significa que vai acontecer. Pode ser que tenhamos um aumento de casos daqui para frente e que tenhamos elevação maior.
Mas não há antecipação da sazonalidade como ocorreu no ano passado, quando tivemos mortes desde janeiro", afirma. Ela reforça, porém, a necessidade de que as pessoas que fazem parte do público-alvo procurem os postos de saúde logo no início da campanha para obter a proteção. "?? importante ter toda a população vacinada antes de começar o inverno, porque a vacina demora cerca de 15 dias para fazer efeito. Quanto mais eu demoro a ser vacinado, mais tenho a chance de ter contato com o vírus. Por mais que estejamos com poucos casos, é importante que não deixe para se vacinar no fim da campanha, postergando a chance de estar protegido", afirma.
Fonte: Bem Paraná