O presidente Michel Temer (PMDB) estuda a possibilidade de nomear outro deputado federal paranaense para o Ministério da Transparência, para garantir que Rodrigo Rocha Loures (PMDB) permaneça na Câmara Federal e mantenha o foro privilegiado. Entre os possíveis ???ministeriáveis??? estariam os deputados João Arruda, Hermes ???Frangão??? Parcianello e Sérgio Souza ??? todos do PMDB paranaense. A nomeação deles passou a ser cogitada depois que o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB) ??? demitido no domingo do Ministério da Justiça ??? recusou convite de Temer para assumir o Ministério da Transparência.
Rocha Loures é suplente do PMDB do Paraná na Câmara e foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil em propina do grupo JBS. Ex-assessor de Temer, ele teria sido indicado pelo presidente para resolver pendências do grupo junto ao governo em conversa gravada pelo dono da JBS, Joesley Batista.
Temer decidiu no domingo demitir Serraglio da Justiça e substituí-lo pelo ministro da Transparência, Torquato Jardim, que tem bom trânsito no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ??? que na semana que vem vai julgar pedido de cassação da chapa do peemedebista e da ex-presidente Dilma Rousseff. Jardim também teria boa interlocução no Supremo Tribunal Federal (STF), onde corre o processo de delação da JBS envolvendo o presidente e Rocha Loures.
O presidente pretendia transferir Serraglio para o Ministério da Transparência para que Rocha Loures ??? que teve o mandato suspenso pelo STF ??? mantivesse o foro privilegiado como deputado. Ao recusar o convite, porém, Serraglio volta para a Câmara, e Rocha Loures perde a vaga na Câmara e o foro especial. Com isso, ele corre o risco de ver aceito o pedido de prisão contra ele feito pela Procuradoria Geral da República. O Planalto teme que Rocha Loures feche acordo de delação premiada com a PGR.
Oficialmente, a justificativa da liderança do governo Temer na Câmara é de que a vaga de Serraglio é uma indicação da bancada do PMDB do Paraná na Câmara.
Serraglio teria recusado o convite para a Transparência por ter reprovado a forma como as negociações foram feitas entre a bancada do PMDB e o Planalto. A recusa ao cargo também acontece próximo ao fim das negociações para a delação premiada do ex-superintendente regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Paraná, Daniel Gonçalves Filho, investigado pela operação Carne Fraca.
Fonte: Bem Paraná