O Balneário Ipiranga, na Vila Ipiranga em São Miguel do Iguaçu, já viveu anos dourados. Em época de temporada, principalmente fim de ano, milhares de pessoas de diversas cidades, e até do Paraguai e Argentina, acampavam no local tomando todo o espaço. Era um lugar de lazer para famílias inteiras, que, de dia ou à noite, visitavam o complexo para momentos descontraídos, praticando esportes, fazendo refeições nos quiosques, movimentando lanchonetes e o comércio local, ou simplesmente sentando à beira da água para um bate-papo com amigos. O réveillon era a data de maior movimento, os fogos de artifício e shows atraíam públicos extraordinários. Tempo bom também para os moradores da região, que obtinham renda com produtos e serviços oferecidos aos banhistas.
Mas isso ficou no passado. O que se vê atualmente é um lugar abandonado, que não recebe investimentos há anos, infraestrutura defasada, comerciantes desanimados sem movimentação de pessoas que não se sentem mais atraídas pela prainha. Até mesmo eventos tradicionais, como a queima de fogos na virada de ano, foram cancelados. O espaço de lazer em outros tempos, hoje é um cenário desolador. As ruas repletas de buracos, churrasqueiras e bancos quebrados, gramado por cortar e os banheiros sem a mínima condição de uso. As palmeiras, plantadas no canteiro que divide as ruas principais, estão encostando nos fios da rede elétrica, o que pode ocasionar danos e acidentes. As informações sobre este caso são de que a companhia responsável já foi acionada, assim como a Prefeitura, porém, até o momento, nenhuma providência foi tomada.
Nossa equipe foi até a prainha, e naquele dia havia apenas três jovens, do Município de Itaipulândia, acampados. Um deles disse que frequenta o local há vários anos, relembrou os bons tempos e lamentou as condições atuais do Balneário.
Um ex-funcionário contou como era na época em que trabalhava no atrativo, explicou como funcionava o trabalho e tem dúvidas de que tudo volte a ser como era.
Segundo um comerciante local, a classe depende da prainha para movimentar as vendas e, ainda de acordo com ele, durante a campanha eleitoral, a atual administração prometeu dar atenção especial ao Balneário, o que não está acontecendo.
A triste realidade do Balneário de Ipiranga pode ser constatada por qualquer cidadão e nas imagens ao fim desta matéria. Ninguém, em nome da administração, quis gravar entrevista. Como resposta, recebemos apenas uma nota assinada pela secretária de cultura, esportes e turismo, Catiuscia Miliolli Presa. (VER NOTA ABAIXO)
Neste esclarecimento, há divergências de informações. O número de servidores, de acordo com a administração, é três, porém, segundo relatos coletados pela reportagem, são dois homens para manter todo o espaço. Sobre os vigias citados na nota, apenas um trabalhador cuida da guarita no período noturno, faltando pelo menos mais um para fazer a ronda. Já com relação à abertura da temporada de verão, o histórico revela que o período deveria começar bem antes de dezembro, assim como em outros balneários da região.
O trabalho de reestruturação não será fácil, pois além de recuperar o patrimônio físico, será necessário convencer os banhistas a voltar a frequentar o local, e nossa equipe irá acompanhar esta evolução. Lembrando que se você tem alguma denúncia a fazer, entre em contato conosco e iremos até você, intermediando junto ao poder público pelos direitos da população.
Fonte: Kelly Cristina