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Rádio Costa Oeste
O ex-governador do Paraná Ney Braga (1917-2000) tinha uma relação muito próxima com o Ecomuseu de Itapu. Foi em sua gestão como diretor-geral brasileiro da empresa que foi criado o museu.
Trinta anos depois, na noite dessa quarta-feira (18), os destinos do político paranaense e do museu da binacional voltaram a se cruzar.
Foram inauguradas, no próprio Ecomuseu, as exposições Ney Braga: 100 anos na história do Paraná e Ecomuseu 30 anos em uma cerimônia cheia de homenagens às pessoas que fazem parte da história do espaço.
A exposição que celebra os 30 anos do Ecomuseu, completos no último 16 de outubro, faz um resgate histórico do local.
O público pode, de forma interativa, fazer uma visita ao passado em relação a quatro módulos: território, coleções, ações educativas e culturais, e futuro.
Para montar a exposição, foram realizadas mais de 30 entrevistas com empregados, ex-empregados e visitantes além de feito um levantamento documental no acervo.
“Esta exposição é feita por muitas mãos”, resumiu a historiadora e curadora Cláudia Feijó. “A forma como ela foi montada retrata exatamente os valores do Ecomuseu, de fazer as coisas em conjunto e de integrar as pessoas ao território. Este conceito é praticado em tudo ligado ao espaço”.
Muitos dos entrevistados participaram da cerimônia, entre eles, o colega David Mora de Rezes (MAPE.CD) que, após 22 anos responsável pela montagem das exposições, vai se aposentar na próxima semana.
“Tudo que ele faz é com amor e dedicação, ele representa toda a equipe do Ecomuseu. David é um grande homem”, homenageou Silvana Vitorassi, gerente do Departamento de Proteção Ambiental (MAP.CD) ao entregar uma placa ao colega.
Quem também participou da abertura foi o ex-diretor de Coordenação de Itaipu, Luiz Eduardo Veiga Lopes, hoje com 76 anos. Ele estava à frente do cargo na época da criação do Ecomuseu. “É uma emoção muito grande, por reunir duas datas importantes, o aniversário do Ecomuseu e o centenário de Ney Braga”, disse, em referência às duas exposições.
De acordo com Veiga Lopes, foi a visão de Ney Braga que tornou o museu realidade. “Isso aqui era um prédio administrativo da Unicon e nós pegamos para criar o museu. Não foi fácil. Na época, a Itaipu tinha uma imagem negativa devido ao alagamento da região e o Ecomuseu ajudou a passar uma melhor imagem. Começou ali esta relação positiva que a empresa têm com seu entorno até hoje”, concluiu.
Centenário de Ney Braga
Para Veiga Lopes, trabalhar ao lado de Ney Braga, na construção do Ecomuseu ou em outras ações da Itaipu, foi uma “experiência excepcional”. Esta e outras histórias são contadas na exposição Ney Braga: 100 anos na história do Paraná. “Ele era um homem apaixonado pela cultura, foi em sua época como governador que o Teatro Guaíra trouxe as melhores apresentações", recorda-se a sobrinha de Ney, Teca Sandrini, representante da família do ex-governador na homenagem da noite.
A exposição sobre o político paranaense traz 15 painéis e fotos selecionadas do Museu Paranaense e de Itaipu, além de vários objetos como medalhas, condecorações, placas de homenagens, documentos, mobiliário. Ela integra as comemorações do centenário de Ney Braga, completo no dia 25 de julho.
“Resgatamos o acervo de Ney Braga e estamos levando para os museus do Paraná. Em um momento político conturbado em que vivemos é importante lembrarmos de um exemplo como ele, que pode dar uma luz ao País”, afirmou o coordenador do Sistema Estadual de Museus e diretor do Museu Paranaense, Renato Augusto. Atualmente, o museu conta com um acervo de 1.700 a 1.800 itens relacionados ao ex-governador.
Homenagem Póstuma
Na cerimônia de abertura das duas exposições foi inaugurado o Acervo Técnico Rosana Lemos Turmina, em homenagem póstuma à ex-colega de Itaipu, morta em julho de 2013, vítima de câncer.
“O Ecomuseu foi o dia a dia de minha mãe e a gente compartilhou o quanto ela amou este lugar e o quanto batalhou para ele estar lindo como está”, disse a filha de Rosana, Ana Marta Lemos.