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Rádio Costa Oeste
A Justiça determinou que o Ministério Público (MP) retome as investigações sobre o acidente que matou 21 pessoas e deixou outras 10 feridas, entre Cafezal do Sul e Iporã, no noroeste do Paraná, em 31 de outubro de 2016.
A batida entre um caminhão-tanque e um ônibus da Prefeitura de Altônia aconteceu na PR-323.
As investigações do caso foram conduzidas pela Polícia Civil de Iporã. A perícia apontou que o caminhão invadiu a pista contrária e que os veículos bateram de frente. Com base em depoimentos e no resultado da perícia, a polícia civil concluiu que o motorista do caminhão, que morreu no acidente, foi responsável pela batida.
O inquérito, então, foi encaminhado ao Ministério Público, que pediu o arquivamento da investigação. Segundo a promotoria, como o motorista apontado como responsável pelo acidente não sobreviveu, a possibilidade de punição foi extinta.
Porém, às vèsperas de completar um ano do caso, a justiça negou o pedido feito pelo MP. Na decisão, o juiz José Guilherme Xavier Milanezi, da Vara Criminal de Iporã, afirmou que os fatos não foram suficientemente esclarecidos.
Segundo o juiz, surgiram dúvidas sobre a dinâmica do acidente e de quem, de fato, foi o responsável. O juiz informou que o processo deve ser novamente aberto para responder as perguntas.
O advogado da empresa Latco, dona do caminhão, não quis se manifestar sobre o caso.
Ederson Ribas, advogado que representa o motorista do ônibus, Bruno Ferrari, não comentou a decisão de prosseguir com as investigações.
A Prefeitura de Altônia não comentou a decisão da Justiça de manter as investigações.
O município informou que os feridos e as famílias dos mortos foram indenizados. Sobre os processos cíveis com pedidos de indenização, que ainda seguem em andamento, a prefeitura disse que baseia sua defesa no laudo da polícia civil, que aponta o motorista do caminhão como responsável pelo acidente.
Em reportagem de OBemdito no dia 2 de fevereiro deste ano, familiares de vítimas e sobreviventes da tragédia culparam o motorista do ônibus pelo acidente. “O ônibus deveria ter saído às 4h45 (de Altônia) mas só iniciou a viagem às 5h25 da manhã, atrasado. Nunca gostei da forma como ele (o motorista) dirige. Já viajei com outros motoristas e sempre foi tranquilo”, disse uma mulher que acompanhava a avó, morta na batida.
CULTO ECUMÊNICO
Nesta terça-feira (31) completa um ano da ‘maior tragédia’ da PR-323, registrada em Cafezal do Sul, em que 21 pessoas morreram. Para marcar a data, foi realizada na manhã de domingo (30), uma celebração ecumênica, no Posto da Polícia Rodoviária Estadual, em Iporã.
O ato faz parte das ações do grupo formado por membros da sociedade civil organizada que lutam pela duplicação da estrada, no trecho de aproximadamente 200 quilômetros entre Maringá e Iporã. “Nossa vontade é de gritar, mas nesta manhã optamos por rezar e transmitir nosso sentimento a quem perdeu um ente querido”, disse um líder.
Fonte: Geovani Canabarro c/ inf. G1/Massa/O Bemdito