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Rádio Costa Oeste
A marca histórica estava prevista para ocorrer nesta quarta-feira (22), mas com o aumento do volume de chuvas nos últimos dias, Itaipu ampliou sua produção e antecipou para a terça-feira (21), a marca de 2,5 bilhões de megawatts-hora (MWh) de energia acumulada desde que a hidrelétrica entrou em operação, em maio de 1984
Conforme destacou Itaipu, com essa produção acumulada, seria possível iluminar o Brasil por 5 anos e 3 meses, o Paraguai por 176 anos e a Argentina por 19 anos. Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, a Itaipu Binacional registrou em 2016 o recorde mundial de 103 milhões de MWh gerados, abastecendo 17% do consumo do Brasil e 76% do Paraguai.
Para comemorar esse feito histórico da usina que mais gera eletricidade no planeta, será realizado um evento protocolar, nesta tarde, com a presença do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, além de toda a diretoria da Itaipu. Também são esperados ministros de Energia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que estão em Foz do Iguaçu nesta semana para uma reunião de trabalho. A solenidade está marcada para as 15h, no hall do Edifício da Produção de Itaipu.
Para o diretor-geral brasileiro, Luiz Fernando Leone Vianna, os 2,5 bilhões de MWh revelam a importância da usina não só como produtora de energia, mas também como propulsora do desenvolvimento regional, a partir de uma energia limpa e renovável. “Esse recorde também mostra a competência do corpo técnico, do esforço e comprometimento de cada colaborador da usina, brasileiros e paraguaios, para essa conquista”.
O diretor-geral paraguaio, James Spalding, também ressalta o protagonismo dos trabalhadores que colaboraram para mais este resultado histórico. “Atingir os 2,5 bilhões de MWh nos dá ainda mais motivos para ficarmos orgulhosos da nossa capacidade de poder atender com qualidade os nossos mercados consumidores, do Brasil e do Paraguai, sócios da usina”, diz. “Itaipu reafirma seu papel estratégico nos dois países com números que traduzem sustentabilidade, energia e responsabilidade social. Isso só é possível com a dedicação dos nossos empregados”.
A inauguração oficial da usina de Itaipu ocorreu em 5 de novembro de 1982, quando os presidentes do Paraguai e do Brasil acionaram o mecanismo que levantou as 14 comportas do vertedouro.
No dia 5 de maio de 1984, entrou em operação a primeira das 20 unidades previstas no projeto. Naquele ano, Itaipu gerou 276,5 mil MWh. As duas últimas máquinas foram inauguradas em 2006 e 2007, quando a usina passou a operar com capacidade máxima instalada: 14 mil MW.
Desde o primeiro giro, o movimento das turbinas não parou mais. Em 2016, Itaipu rompeu a marca inédita de 100 milhões de MWh e fechou o ano com o recorde mundial de 103 milhões de MWh, suficientes para abastecer 16% do consumo do Brasil e atender ainda 76% do consumo paraguaio.
Os novos desafios são do tamanho de Itaipu. Até 2020, a empresa pretende se consolidar como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.
Itaipu também dá uma importante contribuição para a participação de fontes renováveis na matriz energética de ambos os países: no Brasil, as renováveis representam mais de 66% da geração elétrica e, no Paraguai, equivale a praticamente 100%.
Em certo ponto do Rio Paraná, a força da correnteza provocava um ruído quando a água atingia as pequenas rochas que rompiam o seu curso. Os povos indígenas, habitantes da região, chamavam aquela ilha de Itaipu – ou, em tradução livre do guarani, “a pedra que canta”.
Foi neste local, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, coração da América do Sul, que trabalhadores dos dois países construiriam a maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia.
Itaipu é resultado de vários desafios. O primeiro foi diplomático: a obra solucionou um antigo impasse que envolvia a posse de terras na região de Salto de Sete Quedas. Uma disputa de fronteira que perdurava desde o século XVIII.
O outro desafio foi de engenharia: até então, meados dos anos 1970, nunca uma obra de igual magnitude havia sido erguida no mundo. O volume de concreto usado na construção (12,7 milhões de m³), por exemplo, seria suficiente para levantar 210 estádios de futebol como o Maracanã, no Rio de Janeiro.
O desafio humano não foi menor. No auge da construção da barragem, 40 mil trabalhadores movimentavam o canteiro de obras. Brasileiros e paraguaios que se instalaram na região e transformaram as duas margens.
Fonte: Assessoria