Decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT) determinou que a secretária bilíngue Sônia Lúcia Castanheira, de 71 anos, seja reintegrada ao quadro de funcionários da Itaipu. Ela foi demitida da binacional nos anos 1970, após perseguição durante a Ditadura Militar.

Apesar de saber que a motivação de sua demissão foi política, Sônia percebeu a dimensão do impasse em que estava envolvida após a Lei da Anistia. Foi a partir de 2012 que ela teve acesso a documentos que comprovaram que foi perseguida pelos militares.

“Naquele período ela estava sob vigilância”, comentou o advogado de Sônia, Daniel Godoy Júnior. Entre os documentos, a ex-funcionária encontrou um contato trocado entre o então presidente militar e o presidente da Itaipu sobre sua demissão.

Toda a documentação embasou o pedido para a reintegração de Sônia à Itapu, que foi acatada pela Justiça do Trabalho 40 anos depois da demissão. “É uma decisão histórica. Resgata da dignidade da pessoa humana e estabelece a verdade em relação a este triste episódio de perseguição política de trabalhadores na ditadura”, comentou Godoy. Ele destaca também que esta é uma decisão inédita em relação à Itaipu.

A negociação sobre a reintegração só deve começar após a publicação do acórdão, prevista para o fim de janeiro de 2018.

Fonte: massanews