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Rádio Costa Oeste
As vendas de cigarros ilegais no Brasil atingiram 48% do volume de vendas do produto no país em 2017. O índice é o mais alto já registrado. Em 2016, o contrabando representava 45% das vendas totais de cigarros; em 2015, o nível era de 30%. Os dados são do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).
De acordo com a organização, a maioria dos produtos contrabandeados vem do Paraguai. A marca de cigarro mais vendida no Brasil é a Eight, fabricada pela Tabacalera del Este, empresa do presidente paraguaio Horacio Cartes.
Edson Vismona, presidente do FNCP e do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), estima que o governo deixou de arrecadar em torno de R$ 6 bilhões no ano passado por causa do contrabando.
"O que provoca esse crescimento constante do contrabando é a demanda. As pessoas querem fumar, encontram no mercado uma opção que custa a metade do preço de um cigarro fabricado legalmente no Brasil, e trocam", afirmou Vismona. "É uma ilusão achar que o aumento de impostos vai reduzir o consumo. As pessoas apenas transferem a compra de um produto legal para o contrabando."
No Brasil, os impostos do cigarro chegam a representar 80% do valor de um maço, enquanto, no Paraguai, os impostos pagos pelos fabricantes de cigarros representam 16% do preço final do produto. A diferença tributária estimula o comércio ilegal, na avaliação de Vismona.
Ele acrescentou que o governo também enfrenta dificuldades para combater o comércio ilegal nas regiões de fronteira. O país possui cerca de 3 mil agentes para fiscalizar quase 17 mil quilômetros de fronteiras, além de portos e aeroportos. Na visão de Vismona, é "praticamente impossível impedir a entrada destes produtos no Brasil".
De acordo com dados da Receita Federal, a produção de cigarros no Brasil no acumulado de janeiro a novembro de 2017 somou 2,66 bilhões de caixas (de 20 cigarros), 5,4% mais do que o volume registrado nos primeiros 11 meses de 2016.
Fonte: valor