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Rádio Costa Oeste
Uma nova testemunha apresentada nesta semana pelos advogados da família de Ademir Gonçalves Costa pode dar novos rumos à investigação do caso. O homem de 39 anos morreu em janeiro de 2017, durante uma abordagem da Receita Federal, na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu.
A testemunha trabalhava na funerária a qual o corpo de Ademir foi encaminhado. Durante a preparação do corpo, o funcionário relatou ter encontrado sacos plásticos com uma substância semelhante à farinha.
Conforme o advogado da família, Wilson Neres, o material devia ter sido colhido pelo IML (Instituto Médico-Legal) e encaminhado para perícia, já que Ademir, que trabalhava como vendedor, era acusado de estar transportando drogas no estômago, do Paraguai para o Brasil.
Segundo Neres, a testemunha foi apresentada à Polícia Federal, que investiga o caso. Entretanto, o delegado responsável pelo inquérito recusou-se a ouvi-la. O advogado da família recorreu à Justiça Federal, que deu prazo de 48 horas para que o delegado se manifeste sobre a recusa.
AGRESSÕES
Wilson Neres revelou ainda que a testemunha constatou diversos sinais de agressão no corpo de Ademir. "Ele relatou ter encontrado lesões visíveis na região abdominal, no pescoço, boca e lábios".
Para o delegado, a nova testemunha é fundamental para que a morte de Ademir seja devidamente esclarecida.
EXUMAÇÃO
No fim de outubro, foi realizada uma nova exumação do corpo de Ademir, após pedido dos advogados da família, que alegavam divergências entre o laudo oficial do IML e de um laudo realizado por peritos contratados por familiares.
Conforme Neres, o resultado do laudo é aguardado para que o processo possa seguir. O prazo inicial de 90 dias venceu no início de fevereiro deste ano. No entanto, a pedido do delegado da PF, o prazo foi postergado por mais 90 dias.
O CASO
Ademir Gonçalves Costa seguia retornava de Cidade do Leste, no Paraguai, para Foz do Iguaçu quando foi abordado por agentes da Receita Federal. Segundo o órgão, o homem resistiu à abordagem e acabou detido.
A Receita Federal afirmou ainda que o homem transportava drogas no estômago. O laudo oficial do IML constatou que a morte teria sido provocada por intoxicação exógena - causada por substâncias encontradas no organismo do homem.
Já um laudo particular contratado pelos advogados da família apontou que o vendedor foi morto por asfixia direta e indireta. "Esse laudo apontou muitos sinais de asfixia: o spray de pimenta utilizado pelos agentes; houve compressão da caixa torácica, em seguida ele foi colocado em uma cabine sem ventilação. Tudo isso contribuiu para a morte", ressaltou o advogado André Vitorassi, em entrevista à CATVE, em outubro do ano passado.
Fonte: Catve