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Rádio Costa Oeste
Debaixo de forte chuva, que logo se transformou em neve molhada, com sensação térmica de -3 graus°C, um grupo de cerca de 200 brasileiros e franceses se reuniu em frente à Ópera de Paris na tarde deste sábado (17) para uma marcha intitulada “Justiça para Marielle Franco”.
O ato integrou a “Marcha das Solidariedades – o racismo de Estado mata”, organizada por dezenas de ONGs antirracismo e de defesa dos direitos humanos, que denunciam a violência policial na França. A marcha por Marielle Franco, que percorreu em uma hora e meia os pouco 2km entre a Ópera e a estação Gare du Nord, de onde saem os trens para Bruxelas e Londres, integrou o evento com uma ala específica.
Sob gritos de “Marielle, presente!”, “Anderson, presente!” (referindo-se a Anderson Pedro Gomes, motorista executado junto com Marielle Franco no dia 14 de março) e “Não acabou, tem de acabar, eu quero o fim da Polícia Militar”, os brasileiros foram seguidos por franceses, homens e mulheres.
Dawud Bumaye, feminista negra francesa, disse que seguiu a marcha por Marielle por se solidarizar com as vítimas de violência policial não só no país onde vive, a França, mas pelo mundo.
“Estou aqui para manifestar a minha solidariedade às vitimas da violência policial e vim para o cortejo de Marielle Franco porque esta notícia nos chocou, mesmo se estamos na França e que isso tenha se passado no Brasil, pois a violência policial nos concerne a todos”, afirmou Bumaye.
Michelle Mendes, carioca, mestranda em Direitos Humanos, disse à reportagem da RFI que havia falado com Marielle Franco no dia de sua morte, quando a vereadora havia confirmado presença num evento para falar do impacto da intervenção militar na vida de mulheres negras e periféricas, promovido por um coletivo de mulheres que, após o assassinato da vereadora, passou a se chamar Coletivo de Mulheres Marielle Franco.
Fonte: g1