Em quase quatro anos de atividade, o Batalhão de Polícia de Fronteira , sediado em Marechal Cândido Rondon, conseguiu mapear 300 portos clandestinos usados para contrabando de cigarro, armas e drogas espalhados ao longo 139 municípios na faixa de fronteira entre Foz do Iguaçu e Guaíra.
São 1.395 quilômetros de margem do Lago de Itaipu, que servem de entrada para o crime organizado no Brasil, patrulhados por policiais com embarcações. O balanço foi divulgado pela Polícia Militar do Paraná.
O trabalho de mapeamento e fiscalização do Lago de Itaipu é o mais difícil para a unidade???, afirmou o fundador do batalhão, tenente-coronel Erich Osternack, que deixou o comando do BPFron no final do ano passado para assumir o 16º Batalhão da PM, em Guarapuava.
Para conseguir encontrar os contrabandistas, os policiais permanecem dias embrenhados na mata, na margem do Lago, para tentar identificar os portos. Além das prisões e apreensões, os policiais registram as coordenadas do porto marcadas pelo GPS.
???Quando os policiais retornam ao batalhão, passam as informações para o setor de planejamento, que registra em um mapa cada coordenada do porto clandestino.
A partir dali, intensificamos o patrulhamento com as embarcações nestes locais???, explicou Osternack.
Segundo o atual comandante do BPFron, major Adauto Nascimento Giraldes Almeida, assim que a polícia descobre os portos clandestinos, os contrabandistas mudam o local da próxima parada.
Somente em 2015, a unidade apreendeu R$ 39 milhões em mercadorias contrabandeadas, entre eletrônicos, remédios e roupas, além de 38 embarcações. Foram 434 mil pacotes de cigarros apreendidos, um prejuízo aos contrabandistas de cerca de R$ 19 milhões.
Nos quatro anos, o BPFron deteve 680 pessoas e apreendeu 233 armas. Durante o ano passado, o batalhão apreendeu 5,8 toneladas de maconha, 7 mil comprimidos de ecstasy e 5,4 mil comprimidos de medicamentos. O BPFron foi criado em 2012, como um elemento estratégico na segurança pública do estado e do país.
Atualmente com 200 policiais militares, ele atua fundamentalmente com base nas premissas da Estratégia Nacional de Fronteira (Enafron), designadas pelo Ministério da Justiça em debate por vários anos com estados fronteiriços com outros países.
Em razão disso, o carro-chefe da unidade acabou virando o combate ao contrabando e descaminho. Como a Constituição não afirma que esses crimes são exclusivas atribuições da Polícia Federal, o Enafron incluiu as polícias estaduais neste trabalho.
Fonte: Assessoria