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Rádio Costa Oeste
Na noite de ontem o governo anunciou um acordo com alguns líderes dos caminhoneiros para suspender a paralisação por 15 dias. Fez uma série de promessas que vão custar caro aos cofres públicos e onerar todos os contribuintes num momento de especial fragilidade econômica.
O governo se comprometeu a zerar a Cide sobre o diesel até o final do ano e concedeu mais 15 dias de redução dos preços do óleo diesel, além dos 15 propostos pela Petrobras na quarta-feira. O preço do diesel será fixado para os consumidores, avaliado mês a mês, e o governo irá arcar com as diferenças de custo em relação à política de preço da Petrobras. Na prática, o ministro Carlos Marun, ministro da Secretaria de Governo, se comprometeu a congelar o preço do diesel até o final do mandato de Michel Temer.
A conta é salgada. São 4,9 bilhões de reais até o final do ano, além dos 2 bilhões comprometidos em zerar a alíquota da Cide e dos estimados 12 bilhões com a retirada dos PIS/Cofins, que tramita no Congresso. De onde vão sair esses mais de 18 bilhões de reais? Em paralelo, alguns estados começam a se movimentar para abater o ICMS, imposto que também onera os combustíveis.
Mesmo com tudo isso na mesa os movimentos grevistas ainda não afirmaram categoricamente que a greve acabou. A União Nacional dos Caminhoneiros e o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas não assinaram o acordo e afirmam que continuam parados até o Senado votar projeto de lei que cria nova política de preços para o transporte rodoviário. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros tampouco assinou o acordo e diz que só encerra a greve quando as medidas anunciadas forem publicadas no Diário Oficial da União. A Confederação Nacional dos Transportes ainda vai decidir se a oferta é suficiente.
Segue agora a dúvida sobre a reação dos movimentos grevistas, que se tornaram um apanhado de sindicatos e de autônomos que buscam uma melhoria em suas condições de rodagem.
No oeste paranaense o clima segue de indefinição, devendo na sequência do dia tendo os desdobramentos. O que se observa é uma reação negativa aos acordos, que podem assim gerar a continuidade da paralização.
Fonte: Gabriel Bersch com inf. Redação Exame