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Rádio Costa Oeste
O PT promoveu, domingo (27), cerca de 200 atos, em diretórios regionais de todo o país, para o lançamento da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, nas eleições de outubro. Os eventos foram realizados apesar de Lula estar preso, em Curitiba, desde o dia 7 de abril, após condenação em 2ª instância na Lava Jato. Além dessas manifestações em território nacional, o PT também incluiu na lista um ato realizado em Paris, na Praça do Trocadero.
Apesar da quantidade de manifestações em todo país, duas delas tiveram mais expressão, de acordo com o secretário nacional de Movimentos Populares e Setoriais do PT, Ivan Alex Teixeira Lima.
Segundo o dirigente nacional petista, as manifestações no centro de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista (principal reduto político de Lula), e no auditório da Universidade Federal da Bahia foram as que reuniram mais militantes e tiveram maior expressão.
Na Bahia, o auditório da universidade, onde cabem cerca de 400 pessoas, ficou lotado de partidários do ex-presidente, admiradores e políticos de expressão no partido. Entre eles esteve lá o ex-governador da Bahia Jacques Wagner, que foi ministro de Lula por duas vezes. No primeiro ano do governo Lula,Wagner comandou a pasta do Trabalho. Já no segundo mandato do presidente, coordenou o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, cargo que tinha status de ministro, inclusive com gabinete no Palácio do Planalto.
Apesar da disposição dos petistas, o destino da candidatura de Lula, formalmente ainda deve ser decidido na Justiça Eleitoral, o que pode ocorrer ainda nesta semana.
Na terça (29), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) irá julgar se um réu em ação penal pode se candidatar a presidente ou não. A decisão pode definir a candidatura de Lula. O caso a ser examinado trata apenas de situações que envolvam réus que se apresentam para a disputa. Os ministros, entretanto, poderão ampliar o debate, e discutir se um condenando pode apresentar candidatura. Se isso acontecer, a tendência é a Corte declarar que réus podem se candidatar, desde que não tenham sido condenados. Nesse caso, Lula ficaria impedido de disputar as eleições de outubro.
Partido leva a Lula ‘plano B’
O PT vai encaminhar ao ex-presidente Lula proposta dos governadores petistas de abrir negociações para escolha do vice na chapa presidencial. Na prática, isso é interpretado por setores da sigla como a primeira vez que o PT vai provocar Lula, condenado e preso na Lava Jato, a se manifestar sobre a possibilidade de ser substituído na eleição do dia 7 de outubro.
Ao menos dois dos quatro cenários em estudo no PT apontam a indicação de possíveis “planos B” para a vice. Em um primeiro cenário aparecem os nomes do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad; os ex-ministros Jaques Wagner e Celso Amorim; e a presidente do partido, Gleisi Hoffmann.
O segundo cenário é a escolha de Ciro Gomes (PDT). Essa hipótese esbarra no fato de Ciro já ter dito que não abre mão de encabeçar a chapa. O terceiro cenário seria a escolha do empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, hoje filiado ao PR. É a hipótese mais improvável. O quarto cenário, enfim, é não falar em vice agora. Segundo fontes do PT, Lula sugeriu que o processo de escolha do vice só seja desencadeado publicamente após a Copa do Mundo.
Até lá, a direção do PT vai se concentrar na negociação das alianças estaduais, principalmente com partidos como o PDT, PSB, PCdoB e PSOL - tradicional adversário. A direção do partido marcou para o dia 28 de julho, quase no limite imposto pela lei, a convenção que vai decidir a chapa para a disputa presidencial.
Fonte: jb