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Rádio Costa Oeste
A greve dos caminhoneiros, que durou 10 dias e terminou na última quarta-feira (30), ainda gera reflexos ao comércio e, consequentemente, à população. Enquanto os combustíveis tiveram o estoque normalizado, alguns produtos, em especial, alimentos perecíveis, ainda estão em falta.
Outro exemplo é o gás de cozinha, que ainda deverá demorar duas semanas para ter a distribuição normalizada. Além da greve, o receio de uma nova paralisação fez com que a população procurasse as revendas na tentativa de fazer estoque.
"As revendas não estão conseguindo atender a demanda, primeiramente, por conta da greve. Passado isso, a produção nas refinarias não está conseguindo suprir a procura. Ainda temos o frio como outro agravante, que faz o consumo aumentar nessa época", comenta Hércules Braz, revendedor e coordenador do Núcleo das Revendas de Gás da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic).
Outro fator que impacta na distribuição do GLP (gás liquefeito de petróleo) é a logística. Ao contrário dos combustíveis, por exemplo, no caso do gás, os botijões vazios ainda precisam voltar para as refinarias para serem enchidos novamente.
Hércules explica ainda que, além de Cascavel, a situação se repete em outras cidades do Oeste e Sudoeste, já que a cidade concentra filiais das principais companhias, sendo polo de distribuição de gás para estas regiões.
Para atender um maior número de pessoas, as revendas têm limitado a venda de um botijão por cliente, já que a demanda cresceu muito nos últimos dias. "Há clientes que têm dois ou três botijões e agora quer fazer estoque. Mas para garantir que não falte gás, as revendas estão fazendo essa limitação", relata.
A mesma medida tem sido adotada pelas distribuidoras, que limitaram o número de botijões para as revendas, na tentativa de abranger um número maior de estabelecimentos.
Hércules afirma que estes fatores podem impactar no preço do gás. "Agora, o revendedor precisa se deslocar quatro vezes até a companhia para adquirir a mesma quantidade de botijões. Isso pode impactar em até R$ 2 ou R$ 3", afirma Hércules, alertando aos consumidores para os aumentos abusivos que ocorreram durante a greve.
Segundo o coordenador, em Cascavel, o gás de cozinha tem sido comercializado, em média, entre R$ 80 e R$ 85.
Fonte: Catve