Os brasileiros André Victor Guimarães dos Santos e Lucas Stormoski, presos em 2015 por tráfico de drogas no Egito, tiveram a primeira audiência marcada para esta segunda-feira (7). Os dois são de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, e segundo o Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, estão sendo acompanhados por um advogado contratado pela embaixada brasileira no país.
Cesar de Melo, outro iguaçuense flagrado com cocaína quando desembarcava no Aeroporto Internacional do Cairo, ainda não teve audiência marcada.
No total, cinco brasileiros ??? entre eles uma mulher - estão presos no presídio de Torá, todos pelo mesmo crime. De acordo com o Itamaraty, eles recebem um auxílio consular, que inclui as visitas de acompanhamento e dinheiro para a compra de itens de higiene e para complementar o alimento recebido na prisão. O resultado das duas audiências deve ser informado ainda esta semana pelo advogado contratado pela embaixada. Já o julgamento não tem data para ser realizado.
A exemplo da Indonésia - onde os também brasileiros Rodrigo Gularte e Marco Archer Cardoso Moreira foram executados em 2015 -, no Egito o tráfico de entorpecentes é considerado um crime grave e as leis previstas no país são rígidas. Caso sejam considerados culpados, podem ser condenados à prisão perpétua ou pena de morte por enforcamento.
Em nota, o Itamaraty comentou que diversas repartições consulares do Brasil contam com os serviços de advogados locais para a prestação de assistência jurídica a cidadãos brasileiros. "Em geral, os serviços prestados são de orientação, visita a presos e acompanhamento de audiências e processos. No caso dos cidadãos brasileiros presos no Egito por tráfico de drogas, o advogado contratado pela Embaixada do Brasil acompanha os desdobramentos dos processos e confere orientações jurídicas, mas não atua diretamente como advogado de defesa nos processos em curso."
André dos Santos, de 27 anos, era motoboy e chegou ao Cairo por Doha, no Catar. Ele foi preso no dia 10 de maio, com 3 kg de cocaína na bagagem. Aos policiais, declarou ser dono da mala e das roupas, mas negou saber da droga.
Lucas, de 20 anos e cujo caso ganhou notoriedade após uma entrevista a uma emissora de televisão no Egito admitindo a culpa, foi flagrado com cerca de 3 kg de cocaína presos ao corpo no dia 4 de setembro. De Foz do Iguaçu, ele havia seguido para São Paulo, de onde embarcou para a Etiópia, última parada antes de chegar ao Cairo.
???Nunca passei por isso, sempre trabalhei, sempre estudei, mas uma oferta do nada chega lá em casa e eu não resisti. Estava precisando de dinheiro, como todo mundo precisa???, disse na época. Em outro trecho, ele conta que foi contratado para levar comprimidos para o país e que desconfiava se tratar de droga.
Ainda conforme o Ministério das Relações Exteriores, dois dos três jovens que moravam em Foz do Iguaçu - conhecida rota do tráfico de drogas para o Oriente Médio e para a Europa - já se conheciam, porém não informou quais, apenas que a mãe de um deles enviou um e-mail perguntando sobre ???o filho e sobre o Lucas, que são conhecidos???.
Fonte: G1