Agentes do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Polícia Civil realizaram diligências na manhã desta terça-feira (08) na Prefeitura de Marechal Cândido Rondon. Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão de documentos junto à Secretaria Municipal de Saúde. A ação tem relação com uma investigação de denúncias de supostas irregularidades na realização de cirurgias.
Os promotores Ricardo Barison Garcia e Sidclei de Oliveira, da Comarca de Marechal Cândido Rondon, concederam entrevista coletiva no início da tarde desta terça-feira (08) explicando como foram iniciadas as investigações do Ministério Público. As investigações culminaram na ação realizada pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Polícia Civil junto à Secretaria de Saúde de Marechal Rondon.
De acordo com Ricardo Barison, o Ministério Público recebeu denúncia anônima há cerca de dois anos sobre o suposto pagamento de cirurgias a pessoas não existentes. Foi instaurado procedimento apurando o pagamento de duas cirurgias por parte do município em favor da Clínica de Fraturas de Cascavel, sem que no entanto essas pessoas existissem.
Foram obtidos documentos de que os nomes de outras duas pessoas foram incluídos como submetidos a cirurgia, embora essas pessoas não tenham sido operadas. Elas também não residiriam no município. A secretaria emitia requisição de compra determinando empenho dos valores à clínica para a cirurgia ortopédica, em seguida um servidor atestava a cirurgia e no próximo passo o dinheiro era transferido à clínica.
Segundo Ricardo Barison foi comprovado que as cirurgias foram pagas, mas não ocorreram. Ele afirmou eu foram pagas a duas pessoas que não existem, e que não foram encontradas, e a outras duas pessoas que existem, mas não sofreram procedimento cirúrgico.
Inicialmente o prejuízo aos cofres públicos seria em torno de R$ 27 mil. Ricardo Barison disse que a partir dos mandados de busca e apreensão foram conseguidos dados de outros pacientes que eventualmente também foram alvo de procedimento, e será analisando para verificar se isso aconteceu ou não. Acredita-se que isso pode superar valores bem acima disso. A secretária foi afastada para não atrapalhar as investigações. O secretário à época (em 2009), Ademar Batschke, o médico da Clínica, doutor Ronaldo Sotini, e uma quarta pessoa que seria o comissionado também foram afastados.
O promotor enfatiza que caso a secretária afastada descumpra a decisão e venha a comparecer na prefeitura, ela pode ter sua prisão ordenada. Por outro lado, segundo ele, a secretária afastada pode assumir suas funções como vereadora. Ele cita que foi atribuído aos denunciados o crime de peculato, devido ao desvio de dinheiro público em benefício de pessoas alheias à administração.
Fonte: O Presente