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Rádio Costa Oeste
Muitas vezes nos deparamos com situações de comparação, como por exemplo, saber quanto o Neymar, jogador mais caro no futebol masculino atualmente, ganha por dia, ou por hora, fazemos até contas para saber quanto ele ganha por minuto. Mas já pensou fazer essa comparação com uma jogadora profissional de futebol feminino que joga em um time de elite e também representa a seleção de seu país? Pois é, a realidade é outra e está muito distante do que consideramos o ‘equilíbrio’ entre homens e mulheres.
Nesta sexta-feira (14) o FIFPro, sindicato internacional de jogadores de futebol, divulgou um relatório com 51 páginas, mostrando como as jogadoras do futebol feminino são remuneradas e reconhecidas. Só para se ter uma ideia, 49% das 3,3 mil atletas de elite, em 33 países, que participaram da pesquisa, afirmaram que não recebem salários. Além disso, 87% contaram que vão encerrar a carreira antes dos 25 anos. Normalmente, um atleta de futebol masculino, ‘pendura as chuteiras’ com 35 anos.
Os salários ‘astronômicos’ também não fazem parte da vida das atletas. Apenas 1% das jogadoras recebem salários iguais ou maiores que 6.489 euros (aproximadamente R$ 30 mil). Do outro lado, 60% não recebem salários ou chegam no máximo a 485 euros (R$ 2.182,50).
Das jogadoras ouvidas, 42% admitem que não recebem o suficiente para cobrir despesas. Segundo o estudo, 76% das atletas conciliam a carreira com estudos ou outro emprego.
Outro dado que chama a atenção na pesquisa é o tempo de contrato das jogadoras com seus clubes. A falta de competições nacionais também interfere diretamente nos papéis. Segundo o levantamento, 47% das atletas têm contrato de trabalho profissional, 34% tem contrato amador, 4% tem contrato de trabalho autônomo e 15% não souberam responder que tipo de contrato tinham com o clube.
Além disso, a partir do momento que a jogadora sai do chamado sub-18, o tempo de contrato, antes de quase dois anos, cai para 12 meses ou menos, conforme a idade da atleta.
O documento ainda aponta que 66% das jogadoras que defendem seleções dos países estão insatisfeitas com o pagamento de prêmios das competições. De acordo com o estudo da FIFPro, o futebol feminino teve aumento de popularidade nos últimos anos, apesar da alta porcentagem de jogadoras dispostas a abandonar a carreira, para seguir outra que permita maiores salários e reconhecimento.
O documento é finalizado com uma afirmação: “A indústria do futebol precisa desenvolver, implementar e aplicar padrões existentes para o profissionalismo no futebol feminino”.
Fonte: massanews