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Rádio Costa Oeste
A instauração de inquéritos pelas Delegacias da Polícia Federal de Guaíra, Cascavel e Foz do Iguaçu, para investigar possíveis irregularidades na emissão dos chamados Registros Administrativos de Nascimento Indígena (Ranis), feitos em cartórios da região, acende uma luz para aqueles que lutam contra a demarcação de terras indígenas no Oeste do Estado. As investigações apontam que indígenas que possuíam Ranis como nascidos no Brasil, em sua maioria, possuem documentos atestando a nacionalidade paraguaia.
No relatório da PF há um fato registrado no dia 17 de dezembro de 2017, quando dois veículos, uma van e um táxi, ambos com placas paraguaias, foram interceptados no posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal, na cabeceira da Ponte Ayrton Senna, em Guaíra, onde motoristas e ocupantes disseram que estavam indo ao Paraguai exercer seu direito ao voto.
Durante a inspeção, os policiais descobriram que se tratavam todos de cidadãos paraguaios apresentando inclusive as identidades do país de origem, mas também possuíam certidões brasileiras emitidas pela Funai.
Segundo o antropólogo Edward Luz, uma série de irregularidades acontecem no cenário indígena nacional, inclusive a prática de esquentar documentos. (áudio Edward abaixo)
De acordo com Roberto João Weber, presidente da ONGDIP ( Organização Nacional de Garantia ao Direito de Propriedade), a verdade veio a tona e a expectativa agora, é que providências sejam tomadas após a conclusão das investigações. (áudio Weber abaixo)
Segundo as investigações, os documentos possibilitariam a estada dos indígenas na região Oeste do Paraná, sobretudo em municípios como Guaíra e Terra Roxa, em áreas a serem demarcadas como território indígena. Uma das alegações dos próprios indígenas para a demarcação é de que esse entorno foi habitado pelos seus ancestrais e, por isso, lhes pertencia na chamada ocupação pretérita. Contudo, se os registros de nascimento tiverem sido de fato falsificados, esse argumento cai por terra.
O delegado da Polícia Federal em Cascavel, Marco Smith, disse que os inquéritos devem seguir pelo menos até o fim do ano, já que quase que diariamente surgem novos elementos nas investigações que apuram a fraude.
Fonte: Enio Manoel com Inf. diarioms