O ex-diretor-geral da Polícia Civil do Paraná Marcus Vinícius Michelotto, que chegou a ser preso e suspenso de funções públicas por suspeita de participação em jogo ilegal, vai assumir o Instituto de Identificação do Paraná (IIPR), vinculado à Secretaria de Segurança Pública.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou uma denúncia contra o ex-diretor-geral e, de acordo com a Polícia Civil, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) avaliou que não havia indícios mínimos contra Michelotto, permitindo que ele voltasse ao trabalho.
O nome dele foi aprovado pelo Conselho da Polícia Civil, composto por seis delegados de primeira classe, na terça-feira (15). Conforme a Polícia Civil, houve diversas substituições de delegados e a envolvendo Michelloto foi uma delas. A Polícia destacou que o Instituto de Identificação não é uma unidade de direção da organização.
O ex-diretor-geral também respondeu a um processo administrativo, que ainda precisa ser analisado pelo Conselho.
Cassino clandestino
Em dezembro de 2013, Michelotto foi preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A prisão teve como base denúncias de policiais, que desmantelaram, em 2012, um cassino em Curitiba que funcionava em uma mansão no bairro Parolin.
Conforme relatado pelos policiais à época, na porta do local, havia um investigador da Polícia Civil que obstruía o acesso para a casa.
Ainda conforme o depoimento, o investigador teria dito: "não entra aqui, que é do Michelotto". Ele disse também que teria sido ameaçado ao tentar prender o investigador.
?? época na invasão, Michelotto no cargo de diretor-geral da Polícia Civil, considerou a operação ilegal, porque os policiais civis envolvidos não possuíam mandados para entrar no local.
Veja a íntegra da nota da Polícia Civil sobre a nomeação de Michelloto
O Conselho da Polícia Civil deliberou pela substituição, bem como remoções, de vários delegados para exercer novos postos da Polícia, durante a reunião do Conselho, na terça-feira (15).
Em relação ao delegado Marcus Michelotto, afastado na época por decisão Judicial, ele retornou seus exercícios na instituição, após o Tribunal de Justiça decidir por unanimidade, que não haviam indícios mínimos de autoria e materialidade do delegado no caso, retornando então, no dia 16/09 deste ano, lotado na Assessoria de Planejamento Operacional (APO) - unidade de nível de assessoramento.
Durante a reunião, o Conselho simplesmente trocou a designação de Michelotto, como de diversos outros delegados. Vale ressaltar que o Instituto de Identificação do Paraná (IIPR) - unidade de sua nova lotação - não integra as unidades de direção da Polícia Civil, estando sim no nível de execução como diversos outros setores e delegacias.
O delegado Micheletto responde a um processo administrativo, que já foi concluído e será entregue a um conselheiro que analisará o processo.
Fazem parte do Conselho da Polícia Civil, seis delegados de primeira classe, Julio Cezar dos Reis, Naylor Robert de Lima, Jairo Estorilio, Valmir Soccio, Riad Braga Farhat e o procurador do Estado Bruno Assoni.
Fonte: G1