106,5 FM
Rádio Costa Oeste
Um tenente-coronel da Polícia Militar foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso por supostamente assediar sexualmente jovens policiais militares. A denúncia, que está em segredo de Justiça, foi feita no dia 10 de agosto e divulgada nessa terça-feira (14).
Joel Outo Matos, de 48 anos, teria cometido assédios quando era comandante do batalhão da PM em Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá. O MP diz que ele se aproveitava do cargo para assediar as policiais que eram investigadas ou alvos de processos administrativos. Em troca, ele prometia 'aliviar a barra' para não puni-las.
Em uma nota divulgada em uma rede social, o tenente-coronel negou as acusações. Ele disse que a situação foi forjada por uma policial militar.
A denúncia foi feita pela 11ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá pelo crime de concussão. Ele é acusado de exigir vantagem indevida de jovens PMs, pressionando-as para a prática de relações sexuais.
Na denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Allan Sidney do Ó Souza, foram apresentadas declarações de três vítimas.
Denúncias
Uma das policiais que denunciou o tenente-coronel é uma PM que foi investigada por suspeita de ter sequestrado, ameaçado e agredido uma moradora da região com quem teria uma desavença pessoal. A situação ocorreu em 2016.
Segundo consta a denúncia, a policial passou a sofrer constantes exigências por parte do tenente-coronel para que ficasse com ele e tivesse relações sexuais.
Em troca, o tenente iria 'aliviar' e 'não ferraria' na investigação contra ela por causa do episódio daquele ano.
A policial, ao negar os pedidos, era ameaçada e informada que 'perderia a farda'.
Os assédios ocorreram por quase oito meses pelo WhatsApp e também no gabinete do comando da PM.
Em outro caso, com outra policial e no mesmo ano, a segunda vítima relatou que passou a ser assediada depois de registrar um boletim de ocorrência contra o companheiro dela, também PM em Vila Rica.
A policial afirmou que o tenente-coronel interferiu na situação e passou a dizer que 'a única forma de ajudá-la e não prejudicá-la, era ter relação sexual com ele'.
O tenente-coronel declarou, em uma rede social, que o caso é de 'uma acusação leviana de uma criminosa'.
Ele explicou que naquele ano recebeu uma ligação dizendo que a policial havia sequestrado uma jovem e tentado matá-la.
“De imediato determinei o afastamento dela do serviço operacional, instauração de procedimento administrativo, onde a mesma foi punida com prisão”, explicou o tenente-coronel.
“Tal medida não agradou a policial militar, que achando que eu a prejudicava formulou denúncia com o objetivo inicial de me afastar do comando local da PM, forjando mensagens de WhatsApp”, completou.
O policial conclui dizendo que o abuso nunca aconteceu e que 'Deus vai fazer Justiça'.
Fonte: g1