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Rádio Costa Oeste
Educadores da rede estadual de ensino paralisarão as atividades na quinta-feira (30). A mobilização marca trinta anos da ação violenta contra professores em greve, ocorrida no dia 30 de agosto de 1988, em frente ao Palácio Iguaçu.
Os trabalhadores em educação realizarão ato público em Curitiba, reunindo servidores de todo o estado. Educadores de Foz do Iguaçu e região que integram a base de abrangência da APP-Sindicato/Foz fortalecerão a mobilização na Capital do Estado.
A paralisação referente ao "30 de Agosto" acontece todos os anos, desde 1988. A data é considerada de luto e de luta pelos educadores, que suspendem as atividades para denunciar a violência, reivindicar direitos trabalhistas e cobrar investimentos e melhorias para a escola pública.
Conforme Diego Valdez, presidente da APP-Sindicato/Foz, as manifestações em referência às três décadas da repressão contra educadores em 1988 farão analogia ao caso mais recente de violência contra a categoria, ocorrido em 2015. O ato ainda exigirá o cumprimento da pauta dos servidores.
"As repressões contra os educadores em 1988 e 2015, nos governos de Álvaro Dias e Beto Richa, marcaram a categoria e chocaram toda a sociedade", frisa Valdez. "Mas devemos denunciar também a violência diária a que somos submetidos nas escolas, com direitos negados e medidas truculentas de sucessivos governos", destaca.
Pauta não atendida
Secretário de Finanças da APP-Sindicato/Foz, Silvio Borges enumera os pontos da pauta da categoria que não são efetivados pelos governos estaduais. Ele lembra que os educadores há quase três anos não recebem a reposição da data-base, necessária para recompor as perdas da inflação.
O dirigente sindical alerta para o adoecimento dos educadores devido ao excesso de trabalho provocado pela redução da hora-atividade e pela resolução de distribuição de aulas, duas medidas do Governo do Paraná. Segundo Silvio Borges, professores trabalham doentes com medo de pedir afastamento e perder aulas.
"A lista de ataques segue com a redução de salários e o desemprego de trabalhadores temporários. Cerca de 12 mil professores PSS estão sem trabalho, enquanto há falta de profissionais nas escolas", enfatiza Silvio Borges. "Não há concurso público e, para piorar, o governo anuncia uma reforma da Previdência estadual", expõe.
Histórico
No dia 30 de agosto de 1988, a greve dos professores completava 15 dias. Após passeata pacífica, a categoria acampava no Centro Cívico, que abriga a sede do Governo do Paraná e a Assembleia Legislativa. Queriam abrir negociação com o ex-governador Álvaro Dias, receberam dura repressão.
Pouco depois do meio-dia, as forças policiais foram autorizadas a atacar os professores com cachorros, bombas, cavalos e tropas armadas. Dezenas de educadores foram feridos e presos. Desde então, o "30 de Agosto" é relembrado como uma data que envergonha a história do Paraná.
Fonte: Assessoria