106,5 FM
Rádio Costa Oeste
O Médico Veterinário, Fiscal de Defesa Agropecuária da ADAPAR, Tales Amaral Perufo, responsável por Medianeira e Serranópolis do Iguaçu, concedeu entrevista ao Guia Medianeira na manhã desta quarta-feira (29), para falar sobre o primeiro caso de raiva bovina registrada no município de Medianeira.
No começo do mês de agosto já havia sido confirmada a morte de 14 animais em decorrência da raiva, em seis propriedades de Serranópolis do Iguaçu. Segundo Tales, o primeiro caso registrado em Medianeira, e confirmado nesta semana, ocorreu na comunidade da Linha São Bernardo.
De acordo com o veterinário, fazia nove anos que nenhum caso era registrado na região de Medianeira e Serranópolis do Iguaçu.
"A raiva bovina é única e exclusivamente transmitida pelo morcego hematófago, que normalmente vive em regiões de mata, por ser um animal bastante arisco. É importante lembrar que os morcegos comedores de frutas e insetos, que comumente são vistos em áreas povoadas, não são os que transmitem a doença. O próximo passo agora é fazer a vacinação de todo o rebanho na localidade onde o ocorreu o primeiro caso no município. Vacinação esta que deverá abranger um raio de aproximadamente 12 km a partir do foco principal", salientou Tales.
A campanha de vacinação terá uma primeira etapa, na qual serão vacinados todos os animais com mais de três meses de idade, com reforço depois de 30 dias.
Ainda conforme o responsável da ADAPAR, a vacinação é obrigatória nas regiões de entorno da propriedade onde surgiu o caso, e todos os produtores rurais serão visitados. Além disso, a ADAPAR orienta aos demais produtores que também façam a vacinação de seu rebanho, tanto bovino, como de animais domésticos, afim de se precaver.
A raiva é uma doença que não tem cura, e é uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para os humanos através da saliva.
Uma característica bastante marcante da raiva bovina é o andar cambaleante com paralisia dos membros posteriores e evolução para a dos membros anteriores. Outro sintoma bastante comum é o estufamento dos animais, fator que pode ser de risco ao homem, uma vez que normalmente os produtores rurais fazem uso de medicação caseira, as famosas 'garrafadas', e acabam tendo contato com a saliva do animal, podendo contrair a doença.
Uma vez no chão, o animal não levanta mais e estará fadado à morte, que é dolorosa e triste, e leva de 4 a 8 dias. Por ser uma zoonose, a notificação da doença aos órgãos competentes é obrigatória! Nada pode ser feito para curar o animal já infectado, porém há medidas de controle eficientes: uma delas é controlar a população de morcegos transmissores.
O médico veterinário ainda salientou que é importante saber identificar os sintomas da raiva, tanto nos bovinos, como nos animais doméstico. Apesar do vírus da raiva que afeta o gado, gatos e cachorros ser o mesmo, os sintomas são diferentes. Nos bovinos os sintomas são de paralisia, e nos cães e gatos os sintomas são de comportamento raivoso e agressivo.
Fonte: guiamedianeira