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Churrasco vai ficar mais caro no Paraná neste ano

  • 15/03/2016
  • Foto(s): Divulgação
Churrasco vai ficar mais caro no Paraná neste ano
O consumidor que já havia reduzido as compras de carne vermelha por causa dos preços altos vai continuar segurando o consumo ainda por um bom tempo. 

Isso porque a tendência é que os preços no varejo subam mais. 

Após acumular uma valorização de 27% em um ano, chegando a picos de R$ 155 por arroba no campo, o mercado prevê que a escalada nas cotações do boi ainda não chegou ao fim. 

O quadro gera uma reação em cadeia, gerando preocupações entre os pecuaristas, reduzindo o fluxo dentro dos frigoríficos e pressionando as vendas dos açougues.

Na avaliação do coordenador do Laboratório de Pesquisas em Bovinocultura da UFPR (Lapbov), Paulo Rossi, o valor da arroba do boi ainda pode chegar a R$ 158 no Paraná neste ano. 

Isso representa pelo menos 4% de incremento em relação a média atual do estado (R$150/arroba). ???Temos um cenário com elementos bastante altistas. A oferta de animais é muito apertada porque os frigoríficos estão praticamente sem escala, os custos de produção estão muito altos e consumo baixíssimo???, contextualiza. ???Ainda veremos os preços subindo mais até começarem a cair novamente???, resume.

O quadro gera preocupações na indústria, que teme estagnação nas vendas, conforme avalia o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar. ???Até o final do ano o preço se manterá estável pela dificuldade do consumo, pelas exportações que não tem preços e pela ainda oferta limitada de boi. Vai ser um ano difícil???, pontua.

Na prática a alta também favorece os pecuaristas de forma limitada, indica a analista da Scot Consultoria, Isabella Camargo. ???Tudo implica em um ano de consumo interno fraco. Acreditamos em uma virada de ciclo. Vai ser um ano bom, mas não como 2015???, considera Camargo.

Nesse contexto, pesa contra os produtores a alta nos custos de produção. O pecuarista André Carioba, de Santo Sebastião da Amoreira, na região Norte, revela que não houve significativa rentabilidade para os produtores. ???Não vai ser um ano fácil. Gostaria de fazer novos investimentos e aumentar meu rebanho, mas isso depende da oferta de animais que está restrita. Temos que ter muita cautela???, diz.

Os problemas chegam ao varejo, onde já há forte queda nas vendas. Segundo o sócio proprietário do Grupo KF, Edson Barros de Souza, apesar de o número de atendimentos continuar o mesmo, o consumo caiu de 15% a 20%. Dos 75 mil quilos comprados todo mês pelo açougue, a conta caiu para cerca de 65 mil quilos. ???Nosso cliente não parou de comprar, mas ele diminuiu a quantidade e opta por cortes diferentes, com um custo mais acessível???, diz.

Fonte: Agrolink

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