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Rádio Costa Oeste
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar fechou abaixo de R$ 3,70 nesta quarta-feira (17), voltando a patamares que não eram registrados desde maio, reflexo do otimismo eleitoral. A Bolsa fechou praticamente estável após um pregão de forte volatilidade.
A moeda americana recuou 1,02%, a R$ 3,6820, na mínima desde 25 de maio, quando o mercado sofria com a paralisação dos caminhoneiros.
Desde então, o dólar não havia fechado abaixo de R$ 3,70.
O mercado financeiro incorporou aos preços novas afirmações do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) sobre independência do Banco Central e também sobre o plano de aprovar uma reforma da Previdência, ainda que em moldes diferentes dos propostos pelo governo Michel Temer.
"Sem interferência, inclusive o Banco Central independente de política, o tripé macroeconômico tem de continuar em vigor, e o Paulo Guedes está com uma equipe muito grande e trabalha nesse sentido. A responsabilidade dele é enorme nessa área", disse Bolsonaro em entrevista ao SBT na terça-feira (16).
A essa sinalização positiva se soma a vantagem de Bolsonaro na preferência dos eleitores ante Fernando Haddad (PT), com quem disputa o segundo turno.
"O mercado está consolidando que dificilmente teremos uma virada no cenário eleitoral. E Bolsonaro está falando a língua do mercado", diz Fabrizio Velloni, chefe da mesa de operações da Frente Corretora.
Luciano Sobral, economista do Santander, afirma que o mercado coloca nos preços que, independentemente do resultado, a condução da economia envolverá reformas que o mercado julga necessárias.
Sobral afirma ainda que a moeda é favorecida pela diminuição das operações de hedge cambial (instrumento de proteção financeira para empresas com despesa em dólar).
"Como as eleições estão se desenrolando para lado mais positivo, isso gera menos pressão no mercado de câmbio."
No exterior, o dia foi majoritariamente negativo para moedas emergentes. De 24 divisas, o dólar ganhou força sobre 14 delas. O real foi a segunda divisa que mais ganhou sobre o dólar, atrás da lira turca.
O mercado externo segue influenciado pela expectativa de altas adicionais dos juros americanos ao mesmo tempo em que o presidente americano, Donald Trump, critica a atuação do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).
Nesta quarta, o Fed divulgou ata da reunião de setembro, em que todos os membros votaram pelo aumento na taxa naquela reunião.
A Bolsa brasileira alternou entre perdas e ganhos e fechou com alta de 0,05%, a 85.763 pontos.
O Ibovespa sofreu com a queda de 1% nos papéis preferenciais da Petrobras e também pelo tombo nas ações da Eletrobras, mas acabou sustentado pela alta de quase 2% da Vale. A Eletrobras se desvalorizou após decisão do Congresso rejeitar vendas de distribuidoras ligadas à estatal.
No exterior, as Bolsas tiveram um dia negativo, com queda generalizada nos Estados Unidos e na Europa. Em Frankfurt, a baixa foi de 0,52%.
Fonte: Folhapress