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Rádio Costa Oeste
Durante a noite o vaivém de lanchas pelo Rio Paraná na fronteira com o Paraguai é frequente. O contrabando de cigarros ilegais abastece um mercado sedento pelo produto mais barato que as marcas nacionais, especialmente devido à carga tributária.
Segundo a pesquisa divulgada pelo Ibope, realizada de abril a agosto deste ano, o comércio ilegal de cigarros acaba de atingir um patamar inédito no Brasil, movimentando mais de R$ 2 bilhões só neste ano.
De acordo com o levantamento do instituto, 54% de todos os cigarros vendidos no País são ilegais, os números representam seis pontos percentuais a mais em relação a 2017. Desse total, 92,5% vieram do Paraguai e o restante é produzido por empresas brasileiras que operam irregularmente.
Um dos efeitos negativos do crescimento do consumo de cigarros contrabandeados é o avanço na evasão fiscal. Em 2018, o Brasil deixará de arrecadar R$ 11,5 bilhões em impostos.
O presidente do Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial), Edson Vismona, alerta que o fenômeno também tem consequências perversas para a saúde pública e acrescenta ainda que, em alguns casos, o contrabando de cigarros também ajuda a financiar outros crimes como tráfico de drogas, armas e munições. (áudio Vismona abaixo)
Os dados financeiros verificados pelo Ibope no Paraná são ainda mais graves. Em 2018, o mercado de cigarros ilegais no Estado atingiu 59% do total consumido, o equivalente a R$ 292 milhões que deixaram de entrar nos cofres públicos como ICMS.
De acordo com o levantamento, só neste ano o mercado ilegal de cigarros já movimentou R$ 549 milhões no Paraná.
Fonte: O Paraná