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Rádio Costa Oeste
O ex-governador do Paraná, Beto Richa, seu irmão, Pepe Richa, e outras 11 pessoas se tornaram réus da Operação Rádio Patrulha. Na terça-feira (30), o juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, aceitou a denúncia do Ministério Público do Paraná.
A operação investiga fraudes e pagamentos de propinas envolvendo o Governo do Estado do Paraná, a partir do ano de 2011, relacionadas ao programa “Patrulha do Campo”. A denúncia do Ministério Público do Paraná foi realizada no dia 25 de setembro.
De acordo com o documento de recebimento da denúncia, Carlos Alberto Richa, José Richa Filho, Deonilson Roldo, Ezequias Moreira Rodrigues e Aldair Wanderlei Petry foram denunciados por corrupção passiva; Edson Luiz Casagrande e Tulio Marcelo Dening Bandeira pela prática de corrupção ativa; Emerson Savanhago e Robison Savanhago por fraude à licitação; Luiz Abi Antoun por corrupção passiva; e Celso Antônio Frare, Joel Malucelli e André Felipe Dening Bandeira por corrupção ativa.
Segundo a denúncia da Promotoria, "o total dos pagamentos efetuados pelo Estado do Paraná às empresas conluiadas foi de R$ 101.905.930,58".
"Considerando a porcentagem prometida de propina - 8% sobre o bruto -, o valor global das vantagens indevidas recebidas pelos agentes públicos denunciados foi da ordem de R$ 8.152.474,44", sustenta o Ministério Público.
No dia 11 de setembro, Richa chegou a ser preso por ordem de Fischer, mas acabou solto por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O Ministério Público também acusa o irmão do tucano, Pepe Richa, que foi secretário de Infraestrutura do Estado, e o ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo.
A mulher de Beto Richa, Fernanda, e o contador da família, Dirceu Pupo Ferreira, também foram presos na Radiopatrulha e soltos por Gilmar.
Fernanda não foi denunciada pela Promotoria. Ela não é ré no processo.
Richa também é investigado na Operação Lava Jato, que fez buscas em sua residência no mesmo dia da prisão. A Lava Jato suspeita de ligação do ex-governador com propinas da Odebrecht, que teria sido favorecida em contrato de duplicação da PR323, no interior do Paraná.
A reportagem tentou contato com a defesa do ex-governador Beto Richa e com os outros denunciados pelo Ministério Público do Paraná que se tornaram réus por decisão do juiz Fernando Fischer, mas ainda não obteve retorno.
Richa tem negado enfaticamente ligação com o esquema apontado nos autos da Operação Radiopatrulha. Indignado com a ação policial que vasculhou sua residência, em Curitiba, ele afirma ter sido alvo de perseguição política e que sua inocência será provada na Justiça.
Fonte: Estadão Conteúdo