Os vereadores de São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, rejeitaram o projeto de iniciativa popular que pretendia reduzir o salário dos parlamentares para a próxima legislatura, que inicia em 2017. O documento produzido por representantes dos moradores levantou cerca de 1,2 mil assinaturas, mas algumas delas tinham problemas, segundo a avaliação da Comissão de Constituição e Justiça.
A ideia dos moradores era que os próximos vereadores passassem a ganhar R$ 1,5 mil por mês, no lugar dos R$ 5 mil pagos atualmente. Segundo a vereadora Cleonice Maldaner, conhecida como Nega da Aurora, moradores procuraram a Câmara para dizer que haviam sido forçados a assinar o documento. Ela também afirmou que algumas assinaturas não conferiam com as originais. Com o parecer contrário da CCJ, o projeto foi arquivado.
A vereadora também criticou a iniciativa. ???Pelo meu conhecimento que eu tenho dentro do Poder Legislativo ??? há 12 anos que eu sou vereadora aqui em São Miguel do Iguaçu ??? eu sei o que realmente significa essa cadeira, a responsabilidade, o cumprimento do dever que o vereador tem que ter e o atendimento a toda a população. Então, é uma coisa absurda, uma coisa sem lógica apresentar um projeto de iniciativa popular com um salário de R$ 1,5 mil do vereador???, disse.
A parlamentar defende que os insatisfeitos com o salário dos vereadores devem concorrer ao cargo nas próximas eleições. ???Eu queria pedir a cada pessoa que assinou, que acha que é demais o que o vereador ganha, que no dia 2 de outubro, temos eleições. Dispute o pleito, vem pegar uma cadeira aqui, vem descobrir a realidade, como funciona. Depois, você vai dizer o quanto um vereador deve ganhar???, afirma.
O servidor público Volmer Tschinkel reclamou das justificativas da vereadora para barrar o projeto. Ele garantiu que não havia nenhuma assinatura falsa no projeto. ???Todas as pessoas que estão lá assinaram. Ninguém é maluco de estar falsificando uma assinatura ou outra. Pelo contrário. Nós tivemos assinaturas de pessoas que queriam tirar porque foram intimidadas???, disse um dos organizadores do projeto, sem citar quem pode ter ameaçado os moradores.
Fonte: G1