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Rádio Costa Oeste
Receosos com a reforma da previdência quase 800 mil segurados do INSS pediram aposentadoria por tempo de contribuição no primeiro semestre desse ano em todo País. O número é 40% maior que a cerca de 554 mil solicitações do benefício realizadas nos primeiros meses de 2016.
O receio da Reforma da Previdência tem provocado a ‘corrida’ de contribuintes à Previdência Social, apontam especialistas.
O Paraná registrou 30,8 mil pedidos de aposentadoria por tempo de contribuição a mais no ano passado no comparativo com 2016. Apesar disso, o número de pedidos aprovados pelo INSS se manteve praticamente inalterado. Foram 30.071 requerimentos concedidos em 2017, contra 29.194 no ano anterior, um aumento de apenas 3%.
Para o analista de finanças pessoais Augusto Savóia, não há transparência sobre a proposta apresentada pelo governo Temer, segundo ele o momento é de cautela, pois quem antecipar o pedido corre o risco de abrir mão de uma renda consideravelmente maior, que poderia ser obtida com alguns meses a mais de contribuição ao INSS. Para aqueles que estão próximos de alcançar o direito, também vale ter calma. Se mudanças profundas forem aprovadas, como a criação da idade mínima, haverá um período de transição. Savóia considera importante haver mudanças no sistema atual, diante da maior expectativa de vida da população. A dica é continuar em atividade mesmo com o pedido de aposentadoria. (áudio abaixo)
A lei em vigor estabelece que o homem pode se aposentar depois de contribuído por 35 anos, e a mulher, por 30 anos; ou com a idade mínima de 65 anos para homens e 60 para mulheres, com pelo menos 15 anos de contribuição. A proposta do governo Temer mantém a idade de 65 anos para homens e fixa em 62 para as mulheres, com 15 anos de contribuição.
Hoje, para ter direito à aposentadoria integral, o homem deve ter, na soma da idade e do tempo de contribuição, 95 anos, e a mulher, 85. O texto atual do governo Temer determina 40 anos de contribuição para ter direito ao benefício integral, segundo uma escala específica.
Recentemente o presidente eleito Jair Bolsonaro voltou a defender a necessidade da reforma da previdência que pode ser votada no congresso ainda este ano.
A equipe do futuro governo estuda uma série de alternativas para viabilizar a reforma da Previdência, garantindo sustentabilidade de longo prazo para o modelo. Bolsonaro já declarou que pode aproveitar parte das mudanças já previstas no texto apresentado pelo governo de Michel Temer. As mudanças na idade mínima estariam nesse pacote.
Fonte: g1