A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai recomendar à presidente Dilma Rousseff o veto à fabricação, distribuição e o uso da fosfoetanolamina sintética, conhecida como ???pílula do câncer???. O projeto de lei foi aprovado pelo Senado na terça-feira (22).
Desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos para o tratamento de tumor maligno, a substância é apontada como possível cura para diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e não tem eficácia comprovada, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes ainda são desconhecidos.
Medida perigosa
Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, na quinta-feira (24), o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, afirmou que vai encaminhar uma nota a Dilma recomendando o veto. A presidente tem 15 dias para decidir.
???Vai ser um medicamento que não tem lote, data de fabricação, quem fiscaliza para saber se é mesmo a substância ou alguma pessoa inescrupulosa está falsificando. Vai criar uma área de sombra onde seguramente a saúde de quem consome o produto não vai estar garantida???, afirmou Barbosa.
Para a Anvisa, é perigoso distribuir para a população uma substância que não passou pelos testes que comprovem sua segurança. ???Quando estiver sendo produzida, não de maneira improvisada, mas em uma fábrica que garanta a qualidade do produto, ela poderá ser candidata a uma análise para um uso compassivo. Não temos nada contra a fosfoetanolamina, queremos que seja tratada com seriedade como uma substância candidata a medicamento???, ressaltou.
Entidades médicas também se manifestaram contra o projeto de lei, como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Sociedade Brasileria de Cancerologia (SBC), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB).
Fonte: G1