106,5 FM
Rádio Costa Oeste
A equipe de vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Cascavel divulgou na última sexta-feira (8) dados preocupantes sobre o surto da DDA (Doença Diarreica Aguda).
Segundo o levantamento, entre dezembro de 2018 e fevereiro deste ano os casos aumentaram em 223%, em comparação à média anual. Os registros foram apurados nas três UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) da cidade.
O maior surto, segundo a pesquisa, foi entre 20 e 26 de janeiro de 2019 quando 804 casos foram registrados. Os números desde então vem caindo, mas ainda está bem acima da média.
O que é Doença Diarreica Aguda?
É considerada uma síndrome caracterizada pela diminuição da consistência das fezes e aumento do número de evacuações com mais de três episódios/dia) acompanhada, geralmente, de outro sinais e sintomas como náusea, vomito, febre e dor abdominal. Na presença de muco o sangue nas fezes, o caso passa a ser chamado de disenteria.
A DDA possui diversas causas - infecções (bactérias, vírus e parasitas), intoxicações (alimentos, medicamentos etc) entre outras -, mas geralmente é autolimitada, com duração de até 14 dias. Qualquer pessoa pode apresentar quadro diarreico, entretanto, algumas pessoas podem evoluir para desidratação (por perda de líquidos e desiquilíbrio de sais minerais), que pode ser leve, moderada, grave e até fatal.
Investigação
Uma investigação epidemiológica, com objetivo de confirmar o diagnóstico e tentar descobrir o que resultou em tantos casos similares em um mesmo período de tempo na cidade.
No inicio da investigação, as suspeitas foram voltadas para as principais causas de surtos de DDA, que são agentes virais e bacterianos. De amostras de fezes coletadas de algumas pessoas doentes, foram identificados para vírus: 6 norovírus, 2 rotavírus e 1 adenovírus; e para bactérias: 5
Entretanto, os casos notificados, dispersos por todos os bairros da área urbana da cidade, apresentavam manifestações clínicas que não eram compatíveis com estes agentes, pois apresentavam quadro diarreico com longa duração, intermitência (melhora do quadro seguida de novos episódios diarreicos), desconforto e dor abdominal intensos, inapetência, perda de peso, pouca febre e outros sintomas gastrointestinais.
Esse quadro clínico era compatível com infecção parasitária, por isso, realizaram-se exames parasitológicos para 21 amostras de fezes, das quais 15 resultaram positivas para Cryptosporidim spp, 3 Endolimax nana, 5 Entamoeba coli e 2 Giardia lamblia. É importante destacar que uma pessoa pode ter tido mais de um agente identificado na amostra de fezes.
Assim, a SESAU mobilizou técnicos das áreas de vigilância e assistência à saúde das esferas municipal, regional, estadual e federal, para elucidação desse evento. A equipe que se encontra em campo, desde fevereiro, está realizando um estudo caso-controle, que significa comparar fatores de exposição entre pessoas que adoeceram com as que não ficaram doentes, como por exemplo, o consumo de água, alimentos entre tantas outras, para elucidar a causa do surto, e assim, interromper a cadeia de transmissão da doença.
Fonte: Catve