Mais seis réus acusados de envolvimento no esquema de corrupção da Receita Estadual do Paraná foram interrogados nesta terça-feira (12) em Londrina, no norte do Paraná. Todos são réus da Operação Publicano.
Foram ouvidos os auditores Ranulfo Dagmar Mendes, Amadeu Serapião, Cláudio Tozzato e Milton Digiácomo. Todos negaram envolvimento com a suposta quadrilha que funcionava na Receita Estadual.
Também prestou depoimento um administrador de empresas que é apontado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) como laranja de uma distribuidora de combustíveis. A empresa teria pago propina para a liberação de uma carreta que transportava carga sem o pagamento de impostos. O administrador também negou esse crime.
O depoimento mais aguardado e mais demorado foi do auditor Marco Antônio Bueno. Ele é ex-cunhado do delator do esquema, Luiz Antônio de Souza, e irmão do contador Ederson Bueno, que também é acusado de abrir empresas de fachada.
O MP-PR afirma que essas empresas eram usadas por auditores corruptos para emissão de notas frias e sonegação de impostos. O contador prestou depoimento há uma semana, e à Justiça disse que só foi responsável pela abertura de empresas.
De acordo com as investigações, em 2013, Marco Antônio Bueno teria cobrado R$ 300 mil de propina de uma empresa de autopeças. Bueno nega a acusação. O auditor também seria o contato dentro da Receita Estadual do policial civil, André Luiz Santelle, envolvido em um caso de corrupção e suborno.
Os promotores afirmam que a pedido da quadrilha que atuava na Receita, Santelle ofereceu dinheiro a um agente do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em troca de informações sigilosas. Depois, esse agente acabou se infiltrando na organização criminosa e ajudou a desmontar o esquema de corrupção. Marco Antônio Bueno também negou envolvimento nessa história.
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O MP-PR tem gravações que supostamente mostrariam conversas entre Bueno e Santelle. O policial prestou depoimento na segunda-feira (11), e disse não reconhecer os diálogos. Nesta terça-feira, o auditor se recusou a responder perguntas sobre os áudios, pois, segundo ele, teriam sido editados. Marco Antônio Bueno disse que vai pedir perícia nas gravações anexadas ao processo.
Fonte: G1