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Rádio Costa Oeste
Quando Claudia Rodrigues, 49, subir no palco nesta segunda-feira (19), em Curitiba, vai realizar um sonho acalentado nos últimos seis anos: voltar a trabalhar como comediante. “Essa peça surgiu, porque eu quero mostrar que estou bem. Tenho limitações, é claro, mas fazer humor, fazer stand up é a minha vida”, diz ela em entrevista ao F5.
Claudia tem esclerose múltipla, doença autoimune rara e sem cura. Ela está afastada da televisão e do teatro desde 2013. Seus últimos trabalhos foram no humorístico Zorra Total (Globo), e na peça “Muito Viva”.
“Sinto saudade o tempo inteiro de trabalhar. Só falta isso para eu completar a minha felicidade, porque eu venci muita coisa com a esclerose. É uma luta diária. Todo o dia, você tem que fazer, fazer e fazer”, diz ela, em referência aos tratamentos constantes, que envolvem fisioterapia, academia e exercícios para a coordenação motora.
Na apresentação desta segunda, a atriz e humorista terá a companhia de Nerso da Capitinga (personagem interpretado por Pedro Bismarck), de Diogo Portugal, e de sua filha, Iza Rodrigues, 17, que fará a sua estreia na carreira artística.
E Claudia não para por aí. A partir de outubro, ela inaugura o seu próprio teatro em Curitiba, com o stand up “De Cara com Claudia Rodrigues”. No espaço, um mini auditório construído por sua empresária, Adriane Bonato, e com capacidade para 150 pessoas, ela vai encenar a peça infantil “O Menino Repolho”.
A ideia é que, a partir de 2020, ela possa viajar pelo país com os espetáculos. Claudia afirma que os seus maiores desafios hoje em relação à esclerose são andar longas distâncias e manter o equilíbrio. “Mas, enfim, eu sigo o tratamento e vou melhorar cada dia mais.”
Foi em 2000 que a atriz recebeu o diagnóstico da doença. Um ano antes, ela estourou nacionalmente no Zorra Total (Globo) com Ofélia, que fazia ao lado do ator e humorista Lúcio Mauro, que morreu aos 92 anos em maio deste ano.
No quadro, uma reedição do que era apresentado no programa Balança Mas Não Cai (da Rádio Nacional e da Globo), a personagem deixava o marido, Fernandinho, constrangido por sua ignorância. Era famosa a sua frase: “Você sabe que eu só abro a boca quando tenho certeza!”.
A morte de Lúcio Mauro abalou a atriz, que chegou a ser internada por complicações da doença. “Ele foi maravilhoso, foi um homem que me ajudou muito profissionalmente e como pessoa. Ele era muito bacana, foi muito bom trabalhar com ele.”
Também no Zorra, em 2001, a atriz e humorista ficou famosa com outra personagem, Talia, que mesmo feiosa e dentuça (ela usava uma prótese nos dentes para fazer a personagem), fazia muito sucesso entre os galãs da televisão. O bordão dela era: “Eu vou bejar muuuuito”.
Claudia Rodrigues se destacou ainda no Sai de Baixo e na Escolinha do Professor Raimundo, além de ter tido o seu próprio programa, A Diarista, que durou de 2004 a 2007, protagonizado com Dira Paes.
Em 2015, depois de um surto, ela fez um transplante de células-tronco nos Estados Unidos que afirma ter sido fundamental para que o seu quadro de saúde melhorasse. A atriz e humorista conta que o humor a ajudou a enfrentar a esclerose. “Sempre fiz graça com tudo…eu podia tá na merda, e eu fazia graça.”
Fonte: Portal Paraná