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Rádio Costa Oeste
Brasil e Paraguai retomarão, nesta terça-feira (20), as negociações sobre a utilização da energia na Usina de Itaipu. O encontro entre representantes da Ande (Representantes da Administração Nacional de Energia), estatal paraguaia, e da brasileira Eletrobras vai acontecer em Brasília quase três semanas após o acordo anterior ser suspenso em consequência de uma crise política no país vizinho.
O tratado, assinado em maio, foi anulado depois que a imprensa paraguaia revelou, em conversas vazadas, que membros do governo do presidente Mario Abdo Benítez aceitaram termos que seriam lesivos ao país. Os diálogos mostram que o presidente do país foi pressionado pelo Brasil a aceitar e cumprir os termos da ata sobre venda de energia de Itaipu.
Luis Villordo, novo presidente da Ande, disse à imprensa local que as novas tratativas serão transparentes, com os detalhes publicados no site. No momento, os países trabalham em conseguir entrar em um consenso, com medidas que sejam benéficas para todos os lados.
O porta-voz do governo brasileiro, Otávio Rêgo Barros, disse que a expectativa é de uma solução rápida. “Essas conversas estão avançando, mas sempre com o escopo, com a visão de que ela deve privilegiar os dois lados dessa moeda: o lado paraguaio e o lado brasileiro. Então, com esse pensamento a liderar a conversação, nós temos a expectativa de que no mais breve prazo possível teremos a solução para essa demanda.”
Enquanto isso, os países criaram o Grupo Parlamentar Brasil-Paraguai. Caberá ao senador Eduardo Gomes (MDB-TO) presidir o organismo. “Queremos essa interação, esse entrosamento, a troca de experiências positivas e, principalmente, fazer com que essas experiências venham de forma institucional”, explicou.
A assessora de assuntos internacionais do Paraguai, Adriana Mendoza, destaca que é de extrema importância a interação com o Brasil. “Contar com o apoio do Brasil para as conversações de políticas públicas, sociais e culturais será muito satisfatório para nós”, afirmou.
A prioridade dos paraguaios é aumentar o nível de energia excedente da usina contratada por eles. Dessa forma, a utilização ficaria mais barata para o Paraguai.
Atualmente, conforme acordado quando Itaipu foi construída, o Paraguai tem de ceder uma parte ao Brasil para quitar os custos de construção da hidrelétrica binacional.
Fonte: Jovem Pan / Daniel Lian