A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) pode ter o calendário acadêmico de 2016 suspenso a partir de quarta-feira (20), em função da falta de recursos para as atividades básicas da instituição.
Nesse dia, uma reunião do Conselho Universitário avaliará os avanços nas negociações da universidade com o Governo do Estado quanto ao orçamento aprovado para este ano, 30% menor que o de 2015.
Aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) no ano passado, a Lei Orçamentária Anual prevê um repasse total de R$ 14 milhões em 2016 para custeio das atividades de ensino da universidade - o montante não inclui o Hospital Universitário.
De acordo com Gilmar Ribeiro de Mello, diretor do campus da Unioeste em Francisco Beltrão, imediatamente a este orçamento, a reitoria da universidade pleiteou uma emenda ao orçamento de mais R$ 13 milhões, totalizando R$ 27 milhões para custeio das atividades em 2016.
"O problema é que, no início do ano, o orçamento liberado foi em cima dos R$ 14 milhões apenas. E dividiu não em quatro, mas em cinco parcelas de R$ 2,85 milhões, ou seja, ele pegou o orçamento aprovado e liberou 20% para o 1º trimestre, isso para a universidade como um todo", esclarece o gestor.
Desses R$ 2,85 milhões, no entanto, são descontados pagamentos obrigatórios como o Pasep, água, luz, telefone e diário oficial. Só então os recursos são divididos entre os cinco campi e a reitoria, de acordo com o porte de cada unidade. No 1º trimestre, segundo Gilmar, essa sobra foi de R$ 1,25 milhão, dos quais o campus de Beltrão tem direito a uma fatia de 9,94%, cerca de R$ 125 mil. ?? pouco mais de R$ 41 mil ao mês para pagar os serviços de limpeza e segurança (terceirizados), salários de estagiários e gastos com manutenção, material de expediente e limpeza, combustível, diária de viagens, entre outros. "Por mês, só com o serviço terceirizado a universidade gastou 51 mil reais em janeiro e 56 mil em cada um dos meses de fevereiro e março", revela Gilmar.
Em 2016, o orçamento repassado à universidade foi duas vezes maior, de acordo com o diretor. Segundo Gilmar, uma reunião do Conselho Universitário 15 dias atrás estipulou o próximo dia 20 como data limite para avaliar avanços nas negociações com o Estado. "Se não houver nenhum encaminhamento no sentido de resolver o problema, existe essa possibilidade de suspender o calendário", diz o gestor, que deixou de pagar o serviço terceirizado para manter a universidade em funcionamento.
Fonte: CATVE