Os presos pela Polícia Federal na Operação Pecúlio, deflagrada na terça-feira (19), em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, começarão a ser ouvidos a partir de sexta-feira (22).
Inicialmente, os 14 suspeitos presos deveriam prestar depoimento a partir desta quarta (20), porém o delegado responsável pelo caso decidiu conceder mais tempo aos advogados para que possam ter conhecimento do teor das acusações. Enquanto isso, os documentos apreendidos na ação serão analisados.
???Até lá, todos os presos permanecerão na carceragem da delegacia da Polícia Federal???, comentou o delegado Fábio Tamura. ???Depois, aqueles que estão com prisão preventiva serão transferidos para o sistema estadual???, completou ao reforçar que as investigações continuam já que podem surgir ???outros fatos criminosos que merecem ser investigados???. Até o fim da manhã, um dos mandados de prisão ainda não havia sido cumprido.
As investigações que se estendem há dois anos apontam para um esquema fraudulento envolvendo licitações marcadas para a contratação de obras pela prefeitura de Foz do Iguaçu e empresas da região. O coordenador do Núcleo de Operação Especiais da Controladoria Geral da União (CGU), Israel de Carvalho, calcula que tenham sido desviados ao menos R$ 4 milhões.
Entre os alvos da operação está o prefeito Reni Pereira (PSB), que foi conduzido coercitivamente à delegacia da PF para prestar esclarecimentos ainda na terça. Reni foi ouvido e liberado. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na casa dele, onde foram apreendidos cerca de R$ 120 mil em dinheiro.
Em entrevista no gabinete o prefeito disse que o dinheiro encontrado é parte do mesmo montante recebido em função de uma indenização judicial, sacado no banco em outubro de 2015 e que havia sido furtado e devolvido junto com duas armas levadas da casa dele. Na época, um policial militar foi preso por 'vazar' a informação à imprensa. A ação corria na 2ª Vara Cível de Foz do Iguaçu.
Reni disse ainda que desconhece as possíveis irregularidades em contratos, que já apresentou à PF os recibos sobre a origem do dinheiro apreendido e que deverá ser aberto um processo interno para investigar o suposto esquema de corrupção.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, prisão e condução coercitiva em Foz do Iguaçu, Cascavel, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e Itaipulândia.
As quatro prisões temporárias vencem no sábado (23) e podem ser prorrogadas por mais cinco dias ou convertidas em preventivas. Outros 11 suspeitos permanecem presos preventivamente, sem prazo pré-determinado.
Fonte: G1