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Rádio Costa Oeste
Pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) estão testando luzes de LED para tentar evitar ataques de onças-pintadas a rebanhos que vivem em propriedades da região do Parque Nacional do Iguaçu, no oeste do estado.
A técnica foi desenvolvida com leões em um parque do Quênia, na África. A ideia visa preservar as onças-pintadas e evitar o prejuízo de trabalhadores rurais na região.
O professor Pedro Luiz de Paula Filho, do curso de Ciências da Computação da UTFPR, explica que o sistema simula que uma pessoa esteja passando constantemente pelo local, se movimentando com uma lanterna.
"Essas luzes vão sendo intermitentes. Na verdade é como se fosse um computador muito simples", disse.
As luzes acendem automaticamente com o cair da noite. Pelo menos três propriedades no entorno do Parque Nacional do Iguaçu já estão testando a técnica.
A coordenadora do projeto Onças do Iguaçu, Yara Barros, diz que o trabalho precisa ser feito de maneira integrada, para que os animais sejam protegidos, sem deixar de cuidar das pessoas que dividem as terras com as onças.
"O caminho é de parceria, onde todo mundo seja ator do processo de conservação e fique bem para todo mundo", afirmou.
Descarte incorreto
O projeto Onças do Iguaçu, que estuda e monitora as onças-pintadas na região, diz que o descarte incorreto de carcaças de gado tem atraído a vinda dos animais para as propriedades.
"Sem querer o produtor está atraindo o predador para dentro da propriedade e, consequentemente, o predador pode ver a propriedade como uma fonte de alimento", disse o gestor ambiental Thiago Reginato.
O profissional explica que o correto é enterrar o rebanho que morreu. Jogar uma camada de cal também pode ajudar a evitar que o cheiro atraia onças-pintadas e outros animais.
População de onças-pintadas
A onça-pintada é considerada criticamente ameaçada nas regiões de Mata Atlântica e da Caatinga. Em contrapartida, a população dos animais vem crescendo no Parque Nacional do Iguaçu.
De acordo com o último censo feito por pesquisadores brasileiros e argentinos, em 2018, 105 onças-pintadas viviam na região de fronteira entre o Brasil e a Argentina. O número é 16% maior do que na comparação com 2016.
No lado brasileiro, 28 onças-pintadas foram encontradas. Isso representa praticamente o triplo do que havia em 2009, quando a pesquisa foi iniciada.
Fonte: G1